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OMS passa a considerar vício em games como doença

Vício em jogos de videogame como uma doença mental.

Quando uma simples atividade de lazer vira dependência? Este foi o questionamento cujas respostas foram investigadas pelos pesquisadores e psiquiatras para que a Organização Mundial da Saúde (OMS) passasse a considerar, pela primeira vez, o vício em jogos de videogame como uma doença mental. Entre os sintomas das pessoas nesta situação está “preferir os jogos a qualquer outra coisa da vida”, apontaram os pesquisadores.
Embora não haja números que estimem a quantidade de pessoas que sofram da dependência de games, o psiquiatra e presidente da Associação Paraibana de Psiquiatria, José Brasileiro, considera que o problema está afetando, principalmente, adolescentes e adultos jovens.
“Hoje, principalmente, esses jogos dependem muito da internet. Pessoas que param de trabalhar, interrompem seu padrão de vida, caracterizam sinais de dependência em jogos. A partir do momento em que você altera o seu padrão de sono, de comportamento, começa a ficar impulsivo, agressivo, caracteriza padrões de comportamento e há um prejuízo na esfera afetiva, familiar, no ambiente de trabalho”, detalhou o psiquiatra.
Como tudo na vida têm limites, para quem é dependente de games essa é uma palavra que não existe e o problema, que não é admitido pelos jogadores, passa a ser um padrão de comportamento. “A pessoa dependente não tem a percepção de estar doente. Porque aquilo já entrou no padrão de comportamento dela. O dependente em jogos não tem uma satisfação ou prazer que uma pessoa normal teria ao jogar. Ela até sente isso no começo, mas, depois, fica dessensibilizada. Vai sentir uma extrema ansiedade ou irritabilidade quando é retirado dela o game”, explicou José Brasileiro.
O designer Phillipy Barbosa, de 19 anos, tem o vídeo game como principal atividade de lazer e até enumera alguns benefícios, como interação social com os amigos, nos jogos online, e aprendizado da língua inglesa.
“Combino com os amigos e a gente passa quatro, cinco horas jogando. Faço isso todos os dias. Mas, quando não dá, não tem problema”, garantiu o jovem. O irmão mais novo, Lucas Barbosa, de 14 anos, tem o mesmo hábito e mesmo em passeios com a família não fica longe dos jogos. “Eu instalo nem que seja um joguinho no celular”, revelou.
COMPORTAMENTO LEVA A UM DIAGNÓSTICO
Quando se trata da avaliação de um paciente para saber se este apresenta a dependência em games, a OMS recomenda observar o comportamento da pessoa por, no mínimo, 12 meses ou até menos tempo, dependendo da gravidade do quadro.
“A dependência em games não é física, porque não usa substâncias. É uma dependência que tem um caráter psicológico e que causa algumas alterações funcionais no indivíduo. A gente entende que o uso compulsivo de games se enquadra como um dos critérios diagnóstico”, alertou José Brasileiro.
Por sua vez, a psicóloga Tatiana Galdino elenca outros problemas que podem surgir quando a pessoa está na abstinência do jogo. “Embora os jogos de videogames geralmente não envolvam apostas em dinheiro, o comportamento envolvido atua sobre o sistema de recompensa gerando ansiedade elevada, irritabilidade e inquietude ao ser interrompido ou obrigado a parar de jogar, perturbação do ciclo do sono, angustia e culpa”, destacou.
Esses transtornos de ansiedade, irritabilidade e até mesmo depressão também podem estar associados à dedicação extrema aos games, que podem funcionar como válvula de escape para outros traumas, conforme apontam os especialistas.
“Todo caso precisa ser avaliado pelo profissional levando em conta não só a queixa principal, mas também a historia pessoal, familiar e eventos que possam está direta ou indiretamente ligados a presença desse transtorno”, lembrou a psicóloga.
TRATAMENTO COM TERAPIAS E REMÉDIOS
Como interfere no sistema orgânico do corpo e, consequentemente, no comportamento, a dependência em games pode ser tratada somente com terapias ou associada ao uso de medicamentos.
“Podem ser utilizadas terapias breves e objetivas. Dependendo do grau de dependência, apoio psiquiátrico com manipulação medicamentosa. O indivíduo passará por dessensibilização, o progresso será gradual”, explicou a psicóloga da Hapvida Saúde, Lívia Vieira.
Ela alertou ainda sobre o cuidado para não retirar o acesso ao game de maneira abrupta do paciente. Mas, trabalhar com ele a questão dos limites, sobretudo quando se trata de crianças ou adolescentes e que os pais ou responsáveis devem acompanhar esse processo. “Não é necessário proibir, seria incoerente até em virtude do progresso tecnológico em que o mundo se encontra. Sou adepta do limite. É imprescindível que os pais e/ou responsáveis sempre estejam atentos aos filhos e às suas pesquisas no meio digital”, destacou a psicóloga.
O psiquiatra José Brasileiro reforça ainda que a retirada repentina do jogador, seja criança ou não, ao game pode levar a quadros de abstinência.
“A pessoa começa a apresentar sintomas relacionadas a isso, principalmente psicológicos, como ansiedade, irritabilidade. Então, a primeira coisa é estabelecer um cronograma de tarefas diárias”, acrescentou.
“A gente não pode transformar os games, os jogos eletrônicos em vilões. O vilão, na verdade, é o padrão de comportamento inadequado que não é o game que faz. Se eu trato a dependência de games, mas não trato o modelo de vida do cidadão, ele vai deixar de ser dependente de games para ser dependente de outra coisa”, finalizou.
SINTOMAS DOS DISTÚRBIOS DE DEPENDENTES DE GAMES:
- Não ter controle de freqüência, intensidade e duração com que joga o videogame;
- Priorizar jogar videogame a outra atividade;
- Continuar ou aumentar ainda mais a freqüência com que se joga videogame, mesmo após ter tido conseqüências negativas desse hábito
 
Da Redação
Com OMS
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