Diversos parlamentares têm feito alertas a integrantes do governo Jair Bolsonaro sobre o pacote anticorrupção e anticrime apresentado pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro. Dizem que as propostas previstas no pacote podem contaminar a votação da reforma da Previdência Social.
O “risco de contaminação”, diz um dos mais importantes líderes do Congresso, é causado porque deputados de diferentes partidos estão incomodados com a inclusão de medidas que atingem diretamente agentes políticos em um projeto cujo objetivo é endurecer as penas para o crime organizado.
“Todo mundo quer resolver o crime organizado, todos estão sofrendo em seus estados. Mas há pontos do pacote que criminalizam a política, na nossa visão. E, se formos contra publicamente, desgastará ainda mais a imagem do Congresso. Então, neste momento em que estamos discutindo a Previdência, isso contamina não só debate da agenda econômica como o do próprio crime organizado, que todos querem resolver”, diz.
Na avaliação de diferentes lideranças ouvidas pelo blog, o governo poderia ter lançado pacotes diferentes com projetos separados para cada tema: um sobre combate ao crime organizado e outro sobre endurecimento de pena para caixa dois e crimes de colarinho branco.
Numa entrevista à GloboNews nesta terça (5), o novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, disse que as duas propostas (pacote e reforma da Previdência) são “fundamentais”, mas admitiu que “acaba uma atrapalhando a outra” porque a tendência, na opinião dele, é a reforma tramitar mais rapidamente.
“Eu acho que a reforma da Previdência é uma prioridade, eu acho que acaba uma atrapalhando a outra. Entendo que, no Senado e na Câmara, vai ter uma que vai andar mais rápido que a outra. E acho que vai ser a reforma da Previdência”, declarou.
Da Redação
Com G1