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Venezuela: Guaidó pedirá ao Parlamento declaração de 'estado de alerta'

A suspensão em massa do serviço de energia elétrica, a pior já registrada neste país de 30 milhões de habitantes, começou na quinta-feira.
O líder venezuelano da oposição Juan Guaidó anunciou, neste domingo (10), que pedirá ao Parlamento na segunda-feira que declare "estado de alerta" na Venezuela, em função do apagão que mantém o país em colapso desde a última quinta.
O objetivo, segundo ele, é pedir ajuda internacional.
"Para o dia de amanhã convocamos uma sessão de emergência extraordinária de urgência do Parlamento Nacional para tomar ações imediatas em relação à ajuda humanitária necessária", disse Guaidó, presidente do Congresso dominado pela oposição, em entrevista coletiva.
Sem luz, sem água, incomunicáveis: os venezuelanos completam hoje três dias de um apagão sem precedentes que já deixou 15 pacientes mortos, em meio à ameaça de se prolongar por tempo indeterminado, aumentando as angústias de um país mergulhado em uma severa crise política e econômica.
A suspensão em massa do serviço de energia elétrica, a pior já registrada neste país de 30 milhões de habitantes, começou na quinta-feira, às 16h53 locais (17h53 em Brasília), ganhando cores dramáticas: os mortos eram doentes renais que não conseguiram receber o tratamento de diálise, segundo a ONG Codevida.
Os hospitais que têm geradores de energia usaram o recurso para as emergências. "Tem sido terrível. Tudo escuro. Funcionam apenas algumas áreas com uma unidade elétrica que levaram, porque a do hospital não funcionou", disse à AFP Sol dos Santos, de 22 anos, cuja filha se encontra internada em Caracas.
O país está praticamente paralisado, com estabelecimentos comerciais fechados e pouco transporte, sem atividade escolar e trabalho. Na população, a preocupação aumenta, porque a comida começa a estragar, e a água vai acabando.
"Passei três noites de muita angústia. Estou muito nervosa, porque essa situação não se resolve, a pouca comida que temos na geladeira vai estragar. Até quando vamos suportar isso?", desabafa Francisca Rojas, uma aposentada de 62 anos que vive no leste de Caracas.
A crise energética se transformou em uma nova queda de braço entre o presidente Nicolás Maduro e Juan Guaidó.
Maduro denunciou "ataques eletromagnéticos" ao "cérebro" da hidrelétrica de Guri, situada no estado Bolívar (sul), a maior da Venezuela e a segunda da América Latina, depois de Itaipu (Brasil-Paraguai).
Guaidó responsabiliza o governo por falta de investimentos e de manutenção, assim como pela corrupção, diante das recorrentes interrupções do fornecimento de energia, principalmente no interior do país. Já as autoridades denunciam constantes atos de "sabotagem".
O serviço foi restabelecido durante apenas algumas horas nesses três dias. Segundo a empresa elétrica Corpoelec, 40% de Caracas tem luz. O corte afeta a capital e 22 dos 23 estados do país.
Em sua primeira aparição pública desde o início do apagão, Maduro disse, no sábado, diante de uma multidão de seguidores reunida em Caracas, que se havia avançado na reconexão de quase 70% do país, mas que outro ataque "derrubou tudo que tinha sido feito".
- De mal a pior -
"A cada dia pior. Temos os piores serviços do mundo: sem luz, sem água, às vezes sem gás", disse à AFP Edward Cazano, de 20 anos, que vive com a mãe e três irmãos no bairro popular de Pinto Salinas, na capital.
Muitos supermercados estão fechados, porque não têm geradores. Ninguém pode fazer saques nos caixas eletrônicos, nem usar cartão, em um país onde as transações eletrônicas são vitais mesmo para pequenas operações diante da escassez de dinheiro em espécie.
Em Caracas e em sua periferia, onde vivem seis milhões de pessoas, o Metrô continua sem funcionar. Longas filas de automóveis se formam em alguns poucos postos de gasolina ainda abertos, frente ao medo de que, em breve, também falte gasolina.
Dezenas de pessoas ainda estão presas no aeroporto internacional de Maiquetía pela suspensão de vários voos.
Da Redação
Com Click PB
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