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Depois de policiais e médicos, mais servidores ameaçam greve

Governador João Azevêdo pode enfrentar começo de ano difícil com insatisfação geral de várias categorias de servidores públicos.
Servidores do Governo do Estado da Paraíba aprovaram nessa sexta-feira (24) uma paralisação para o dia 4 de fevereiro e um indicativo de greve geral a partir da mesma data. Os servidores questionam a reforma da previdência proposta pelo governo. A insatisfação de funcionalismo público da Paraíba começou no fim de 2019 com médicos, se estendeu entre policiais e agora alcança demais categorias do Estado.

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Em plenária do Fórum dos Servidores nessa sexta (24), os sindicatos, associações e movimentos sociais participantes decidiram que voltarão a se reunir no dia 30 de janeiro, para finalizar os preparativos para o protesto.
Entre as atividades já definidas para a greve está a realização de um ato público, a partir das 9h, na Praça dos Três Poderes, em João Pessoa, em frente à Assembleia Legislativa, para pressionar os deputados a rejeitarem a proposta.
No fórum, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apresentou uma avaliação indicando que a proposta do Governo do Estado apresentada na Assembleia Legislativa incorporou, sem uma obrigatoriedade, mudanças aprovadas pela reforma federal. “Em outras propõe alterações mais prejudiciais para os servidores”, disse a categoria.
Uma das constatações do Dieese que explicam o déficit anual da Paraíba Previdência (PBprev) seria a existência de 28 mil funcionários terceirizados no Governo, entre comissionados, estagiários, contratos de emergência, prestadores de apoio, prestadores profissional e prestadores de serviço que não contribuem com o órgão, mas com o regime geral da previdência. “Nesse número, não inclui os milhares de ‘servidores codificados‘, que também não contribuem com a PBPrev”, informou.

Prazo

O Governo do Estado tem até o dia 31 de julho deste ano para realizar a adequação da previdência, conforme estabelece a portaria 1.348, de 3 de dezembro de 2019, que dispõe sobre parâmetros e prazos para o atendimento do artigo 9 da emenda constitucional 103. “Isso comprova que existe tempo para um debate mais amplo do Governo com os servidores sobre o tema, sem a necessidade da matéria tramitar em regime de urgência na Assembleia Legislativa”, disse a categoria.

Parlamentares

No próximo dia 29 de janeiro, a partir das 9h, ocorrerá um café da manhã, na sede do Sindicato dos Oficiais de Justiça (Sindojus), com os parlamentares estaduais para discutir a proposta de reforma da previdência. Nessa sexta (24), os deputados Raniery Paulino (MDB), Walber Virgulino (Patriota) e Cabo Gilberto (PSL) acompanharam a plenária e garantiram empenho no convite a outros parlamentares.

Governo do Estado

Em 11 de dezembro do ano passado, o Governo do Estado divulgou uma nota explicando sobre a reforma da previdência. Reveja abaixo.
“O Governo do Estado da Paraíba, após reunião de sua equipe técnica com os deputados estaduais hoje pela manhã na Assembleia, que discutiu o Projeto de Lei encaminhado ao Legislativo no sentido de adequar ao Estado o que foi aprovado pela Emenda à Constituição Federal 103/19, vem a público prestar o seguinte esclarecimento:
 
1- Essa adequação é obrigatória e necessária para que o Estado possa manter o Certificado de Regularidade Previdenciária; caso perca esse certificado, o Estado ficará impedido de receber quaisquer recursos federais e até contrair empréstimos junto a organismos internacionais;
 
2- Esta adequação não retira nenhum direito do servidor público Civil e militar, a exemplo de auxílio-doença, salário família, licença maternidade e a gratificação por risco de vida; apenas estabelece que os recursos da PBPREV só podem ser utilizados para os pagamentos de pensão e aposentadoria; os demais benefícios serão pagos com os recursos do órgão ou do Poder ao qual o servidor esteja vinculado;
 
3- Adotamos a alíquota linear de 14%, que já é praticada nos vizinhos estados nordestinos, justamente para que os nossos aposentados e pensionistas que recebem até o teto, que hoje não descontam para a previdência, não passem a contribuir. Se implantássemos a alíquota progressiva, quem ganha um salário mínimo pagaria a partir de 7,5 %, chegando até 12% para quem recebe o teto de R$ 5.839,45;
 
4- O Governo está retirando os militares da proposta em razão da aprovação do PL pelo Congresso Nacional, que fixa regras próprias para a previdência dos militares e que ainda está aguardando a sanção presidencial. Até que essa legislação seja sancionada e entre em vigor, a situação dos militares permanece inalterada”.

Ameaça de greve geral dos policiais

Na manhã de sexta-feira (17), representantes do Fórum das Entidades das Polícias Civil e Militar da Paraíba, composto por 14 entidades, foram recebidos pela equipe econômica do Governo do Estado, porém não houve avaliação da proposta de subsídio e média salarial do Nordeste apresentada em dezembro de 2019. Insatisfeitos, os sindicalistas saíram da reunião anunciando que uma greve é possível.
Os representantes das entidades foram recebidos pela equipe técnica do Governo do Estado que, além de não avaliar a 2ª proposta de pagamento de subsídios entregue em dezembro de 2019, propuseram um reajuste de 5% para todos os servidores, o que não foi aceito pelos sindicalistas, que alegaram que a cobrança da previdência retirará 3% do proposto aumento.
“Marcamos uma Assembleia Geral para fevereiro porque acreditamos no diálogo. Não é possível que depois de tanto fazermos pela sociedade paraibana, com 8 anos consecutivos de  redução de criminalidade, o Governo não faça o que os outros estados do Nordeste já fizeram, que é pagar dignamente o policial militar e civil. Estamos pedindo apenas uma média salarial fracionada até 2022”, afirmou Steferson Nogueira, presidente da Associação de Defesa das Prerrogativas dos Delegados de Polícia da Paraíba (Adepdel).
O governador da Paraíba, João Azevêdo (sem partido), acredita no “bom senso” e que “haverá um caminho” para evitar greve de policiais e servidores da segurança pública, conforme ameaça da categoria.
“Vamos discutir e apresentar os números, analisar as propostas apresentadas. Não tenho dúvidas de que vamos encontrar um caminho. Acredito no bom senso e no compromisso dos homens e mulheres que fazem a segurança deste estado”, disse ele, confiante no diálogo para evitar a paralisação geral.

Crise na Saúde

Representantes de sindicatos de categorias da área da Saúde se reuniram na quinta-feira (23), em João Pessoa, com o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) Eduardo Varandas para tratar sobre questões referentes aos direitos dos servidores após o Estado cancelar contratos com organizações sociais (OS) que faziam a gestão de unidades de saúde na Paraíba, atribuição que será transferida à Fundação PBSaúde, ainda a ser criada.

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“O Estado está colocando profissionais para trabalhar com salário menor do que recebem. Qual a qualidade de serviço que eles querem ter? Eles têm que valorizar os servidores”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde da Paraíba, (Sindesep-PB), Roberto de Andrade de Leôncio.
Os problemas com a futura PB Saúde começaram no fim de 2019, envolvendo profissionais de hospitais que antes eram geridos por organizações sociais (OS). Porém, o governador João Azevêdo está confiante na fundação e foi taxativo ao afirmar que não vai mais trabalhar com OSs no governo. O objetivo do gestor é ceifar os esquemas de corrupção investigados pelo Ministério Público da Paraíba e pela Polícia Federal por meio da Operação Calvário, que colocam sob suspeita o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) e outros nomes importantes da política estadual e envolveram organizações sociais, como a Cruz Vermelha.
Da Redação
Com Portal Correio
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