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Doleiro que seria operador de esquema de desvio de dinheiro no governo do RJ se entrega

O doleiro apontado como o operador financeiro do esquema de desvio de dinheiro no governo do Rio se entregou, neste domingo (30), à Polícia Federal em Porto Alegre. Victor Hugo Barroso estava com a prisão temporária decretada desde sexta-feira. A operação levou ao afastamento do governador Wilson Witzel, do PSC.
Além de corrupção e lavagem de dinheiro, os promotores também investigam se Witzel cometeu o crime de peculato, usando funcionários públicos para uma reforma na casa onde morou antes de se tornar governador.
As provas reunidas pela operação Tris in Idem explicam a presença de agentes da Polícia Federal no Palácio Laranjeiras, a residência oficial do governador afastado na sexta-feira (28). Em um documento de 416 páginas, o MP afirma que o estado do Rio viu criado, ao redor da cúpula do Executivo, uma verdadeira joint venture criminosa – joint venture é um termo em inglês usado para dar nome à união de duas ou mais empresas quem tem um objetivo econômico em comum – e o pedido de prisão mostra contratos fictícios, negócios ilícitos com empresários e lavagem de dinheiro.
O esquema revelado na delação premiada do ex-secretário de Saúde Edmar Santos não chegou a centenas dos bilhões de reais desviados pelo ex-governador Sérgio Cabral. Mas ao calcular a propina que seria distribuída apenas com a contratação de organizações sociais na área da Saúde, os investigadores dizem que o esquema do governo Witzel tinha pretensão de angariar quase R$ 400 milhões, na medida que objetivava cobrar 5% de propina de todos os contratos.
“Os personagens mudaram, mas o enredo, a forma de agir, é muito semelhante. E o que se verifica? Empresários muito próximos aos agentes político. Verificou-se possível pagamento de vantagem indevida para agentes políticos, inclusive o atual governador”, afirma Tácio Muzzi, superintendente da Polícia Federal no Rio.
Neste domingo (30), em Porto Alegre, a Polícia Federal prendeu o doleiro Victor Hugo Barroso. Ele se apresentou na delegacia do aeroporto, porque havia um mandado de prisão temporária contra ele. Victor Hugo é suspeito de ser operador financeiro do grupo no Uruguai e dono de uma transportadora de valores.
“Nós estávamos aqui atuando e desvendando redes internacionais de doleiros e nos deparamos com tipologias de lavagem básicas da Operação Lava jato, que são celebração de contratos fictícios entre escritórios de advocacia e pessoas ligadas a pessoas fortes politicamente. Então, para nós foi até uma surpresa que coisas tão básicas estejam sendo ainda desvendadas”, diz o procurador da República Eduardo El Hage.
Uma casa, na Zona Norte do Rio, pertence a Witzel e no local também funciona o escritório de advocacia da primeira-dama, Helena Witzel. Durante uma operação de busca feita em maio, os investigadores descobriram uma obra de reforma, que estava sendo acompanhada por dois servidores do estado.
O Ministério Público acusa Wilson Witzel de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa e investiga também o uso de recursos públicos para valorizar o próprio patrimônio.
O escritório de Helena Witzel não tinha funcionários e os clientes só apareceram depois que o marido assumiu o governo. Helena recebeu R$ 554 mil de empresas ligadas a fornecedores do estado, suspeitas de pagar propina ao governador.
“Não é possível que a gente veja isso com naturalidade. O governo do estado do Rio de Janeiro foi ocupado por dois governadores que foram presos e um terceiro governador que assume, no bojo de um estado como esse, praticar atos de corrupção é um escárnio. Isso é um escárnio, não pode ser tolerado pela sociedade. A gente não pode ver esses atos e achar que só pelo fato de ele ter sido eleito democraticamente, ele pode praticar crimes. É um descalabro, na verdade, a situação do Rio de Janeiro”, lamenta El Hage.
Em uma rede social, o governador afastado Wilson Witzel disse que irá demonstrar que foi enganado, e que vai provar a inocência dele.
A assessoria de Wilson Witzel afirmou que nenhum funcionário público do estado prestou serviço gratuitamente na reforma da casa do governador afastado no Grajaú, Zona Norte do Rio.
A defesa de Helena Witzel informou que não há indícios nos autos de investigação que levem a crer que a cliente tenha participado de atos ilícitos e que tem convicção de que a ação penal não vai prosperar.
Nós não conseguimos contato com os demais citados na reportagem.
Da Redação
Com G1
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