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Biden anuncia sanções ‘devastadoras’ contra a Rússia, mas descarta entrar em guerra na Ucrânia

 


WASHINGTON — O presidente dos EUA, Joe Biden, disse nesta quinta-feira que o presidente russo, Vladimir Putin, atacou os “princípios da paz e liberdade mundiais” ao invadir a Ucrânia e agora enfrentará um duro golpe em sua economia. Em um discurso na Casa Branca, o presidente americano prometeu atingir duramente a economia russa com sanções contra um terço dos bancos russos, mas voltou a descartar o engajamento militar direto dos EUA no conflito.

— Temos um trilhão de bens congelados, um terço dos bancos russos serão cortados do sistema financeiro — afirmou o americano, que descartou por ora impor sanções diretamente contra o presidente russo. — Sempre expusemos os planos e falsos pretextos da Rússia. Putin é o agressor, Putin escolheu essa guerra e agora ele e seu país sofrerão as consequências.

No discurso na Casa Branca, Biden afirmou que, com o ataque, Putin mostrou seu desejo de restabelecer a União Soviética, mas destacou que suas ações irão enfraquecê-lo.

— A ação de Putin mostra uma visão sinistra de um mundo onde países tomam outros pela guerra. Mas a Otan e seus aliados sairão mais unidos e determinados que nunca. Putin se tornará um pária no palco internacional — afirmou, negando a possibilidade de conversar com o russo por telefone, a quem chamou de “tirano”.

Biden também anunciou o envio de mais soldados dos EUA para Alemanha e Polônia, reiterando que as forças americanas não serão enviadas à Ucrânia —que não faz parte da Otan. O destacamento de mais soldados — que, segundo uma fonte do Pentágono, incluiria 7 mil à Alemanha— tem como objetivo “proteger os aliados” da aliança.

— Nossas forças não estão, e não estarão, engajadas no conflito com a Rússia na Ucrânia — disse o presidente americano. — Nossas forças não estão indo à Europa para lutar na Ucrânia, mas para defender nossos aliados da Otan e reassegurar nossos aliados no Leste. Vamos defender cada milímetro dos territórios da Otan. Vamos aumentar a capacidade da Otan para defesa coletiva.

Biden falou após uma reunião virtual a portas fechadas com o G7, o grupo dos países mais industrializados do mundo que, além dos EUA, é composto por Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido.

Na terça-feira, o governo dos EUA, assim como União Europeia, Reino Unido e outros aliados, anunciaram uma primeira leva de sanções contra a Rússia. As medidas americanas foram direcionadas contra dois bancos e vários oligarcas russos, com o objetivo de cortar o acesso da Rússia ao financiamento de sua dívida.

Agora, o presidente americano anunciou a proibição de exportações de tecnologia, a limitação de transações do governo russo em moedas estrangeiras e o bloqueio dos ativos dos quatro grandes bancos russos, incluindo o VTB, um dos maiores bancos da Rússia. Todas as instituições somam US$ 1 trilhão em ativos. Com isso, os bancos não vão poder fazer negócios com empresas americanas e terão seu patrimônio nos Estados Unidos congelado.

Presidente disse que agressão à Ucrânia custará caro à Rússia

— Vamos limitar a capacidade da Rússia de fazer negócios envolvendo dólares, euros, libras e ienes — disse Biden, que também prometeu aumentar a lista de oligarcas russos punidos e ampliar as sanções a empresas, paralisando “exportações de equipamentos de alta tecnologia” e, assim, “reduzindo o acesso da capacidade industrial e tecnológica russa por anos”.

O presidente, no entanto, descartou cortar Moscou da rede bancária internacional SWIFT. A medida, que desconectaria a Rússia do comércio básico, potencialmente teria repercussões consideráveis no sistema financeiro mundial liderado pelos EUA.

UE aumenta sanções

Os líderes da União Europeia também adotaram novas sanções duras contra a Rússia, atingindo sua economia e suas elites em resposta à invasão “bárbara” de Putin à Ucrânia.

A UE agora congelará os ativos russos no bloco, interrompendo o acesso dos bancos aos mercados financeiros europeus como parte do que seu chefe de política externa, Josep Borrell, descreveu como “o pacote de sanções mais severo que já implementamos”. Também visará o comércio, energia e transporte da Rússia, entre outros setores, e imporá controles de exportação.

— Nossas sanções vão atingir o coração da economia russa — disse o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo.

Existem diferenças dentro do bloco sobre até onde ir com as sanções, já que alguns países enfrentariam uma pior reação econômica.

Os Estados Unidos também impuseram sanções a 24 pessoas e organizações bielorrussas “porque o país apoiou e facilitou a invasão” da Ucrânia pela Rússia, informou o Tesouro em um comunicado.

“A ação de hoje se concentra no setor da defesa e nas instituições financeiras da Bielorrússia, duas áreas que têm vínculos especialmente estreitos com a Rússia”.

Disputa interna

Além dos desafios externos, a invasão russa da Ucrânia representa também problemas internos para Biden, que se comprometeu, no discurso, a liberar petróleo da reserva estratégica caso seja necessário para proteger os consumidores do impacto do aumento dos preços nas bombas de gasolina. Os preços do petróleo alcançaram um máximo desde 2014, superando os US$ 100 dólares o barril nesta quinta-feira.

— Pedimos às companhias de gás e petróleo que não aproveitem esse momento para subir preços. Estamos trabalhando ativamente para evitar que isso aconteça.

No Congresso americano, republicanos criticaram nesta quinta-feira a maneira como o presidente democrata lidou com a crise e pediram que ele “mude de curso” em sua resposta.

“Não há dúvida de que a fraqueza leva à guerra”, disse o deputado Brian Mast, membro do Comitê de Relações Exteriores da Câmara, em um tuíte. “Putin disse uma vez que o colapso do império soviético foi a ‘maior catástrofe geopolítica’ do século passado para a Rússia. Para os Estados Unidos, o presidente Biden pode ser a maior catástrofe geopolítica deste século.”

— O presidente deve mudar de curso ou nossa postura de dissuasão continuará a entrar em colapso, o caos continuará a se espalhar e, eventualmente, ninguém confiará nas promessas dos Estados Unidos ou temerá o poder dos Estados Unidos — disse o deputado Mike Gallagher, membro do Comitê de Serviços Armados da Câmara.

O democrata Chris Murphy também pediu mais sanções.

— Esta noite, a ordem internacional posterior à Segunda Guerra Mundial está no fio da navalha. Se Putin não pagar um preço devastador por esta transgressão, nossa própria segurança em breve estará em risco — afirmou.

A resposta entre os republicanos do Congresso — culpando Biden, pedindo sanções mais fortes e alertando contra qualquer uso de tropas dos EUA na Ucrânia — reflete amplamente os sentimentos dos eleitores republicanos, à medida que os legisladores se aproximam das eleições de 8 de novembro, que determinarão o equilíbrio de poder no Congresso antes das eleições presidenciais de 2024.

Apenas 34% dos americanos — incluindo só 12% dos republicanos — aprovaram a maneira como Biden vinha lidando com a crise no período que antecedeu a invasão, de acordo com uma pesquisa Reuters/Ipsos realizada na terça e quarta-feira. Do total, 25% dos republicanos entrevistados disseram que Biden era o principal culpado pelo conflito — 46% culpam Putin.

 

Da Redação

Com O Globo Online

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