O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a tentar
descredibilizar o resultado das pesquisas eleitorais que mostram sua provável
derrota nas urnas para o ex-presidente Lula (PT). Segundo defendeu em
entrevista aos veículos do grupo O Liberal nesta segunda-feira 11, caso os
números se confirmem no pleito de outubro, a eleição terá sido fraudada.
“Ninguém acredita em pesquisa, a não ser que ela esteja
casada com possível fraude lá na frente. A gente espera que não haja fraude e
trabalha pra que ela não aconteça”, destacou Bolsonaro ao ser questionado sobre
o tema.
Minutos antes, nova rodada da pesquisa do instituto Ipespe,
realizada com eleitores de São Paulo, mostrou que o ex-capitão é derrotado pelo
ex-presidente Lula no principal colégio eleitoral do País. Ao todo, Bolsonaro
teria 30% das intenções de voto, ante 34% do petista. O resultado marcou um
crescimento de 4 pontos percentuais do ex-capitão na região.
No último levantamento nacional divulgado, Lula lidera com
45% das intenções de voto contra 31% de Bolsonaro. A marca foi registrada pela
consultoria Quaest na última quinta-feira 7. Assim como no levantamento
regional, o ex-capitão saltou 5 pontos percentuais. A alta é puxada pela saída
do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) da disputa pelo Planalto.
“Tudo demonstra que [no segundo turno] vai ser eu e o Lula”,
avaliou Bolsonaro na entrevista em meio aos comentários sobre a composição de
chapa entre o petista e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB).
Corrupção
Bolsonaro também enfrenta nesta segunda-feira novas
acusações de corrupção em seu governo. No fim de semana, ao menos quatro escândalos
atingiram ele e seus aliados. Sobre o tema, ele reafirmou que teria ‘acabado
com a corrupção no País’. Revelações, no entanto, indicam o contrário.
As suspeitas mostram que Ciro Nogueira, um dos principais
ministros do governo, usou o FNDE para desviar recursos da Educação para
aliados do PP. O anúncio de 2 mil ‘escolas fake’ também coloca o ministro no
centro de outro caso suspeito. Segundo informações, o Planalto já avalia a
permanência ou não do ministro no cargo.
Uma estatal comandada pelo Centrão com aval de Bolsonaro
também está no centro de irregularidades. A Codevasf teria embolsado 3 bilhões
de reais em emendas parlamentares, mas não conseguiu comprovar o valor real das
obras executadas por ela com o dinheiro. As licitações da empresa também passaram
por afrouxamento que podem ter facilitado desvios de recursos e obras de má
qualidade. A empreiteira vencedora da maior parte das licitações usou uma
empresa fantasma para vencer a concorrência no pregão. A Engefort já embolsou
84 milhões de reais em recursos e tem aval para receber 260 milhões.
Há ainda a revelação de que o gabinete montado desde 2019
para que ele despachasse no Rio de Janeiro custou 1,7 milhão de reais, mas
nunca foi usado. Há ainda a suspeita de irregularidades em uma emenda de 1
milhão de reais do seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Da Redação
Com Carta Capital