“Sou amigo de Lula e Bolsonaro, mas digo que esse governo está fazendo milagres. Quando começar a campanha eleitoral, serão expostos quantos quilômetros de estrada de ferro foram feitos e eles são vitais para o Brasil, o número de obras inacabadas que foram concluídas, como a própria Transposição do São Francisco. Do ponto de vista de realização, ele fez muito, mas do ponto de vista do falatório, eu acho que ele fala demais. Eu já disse a ele que use palavras mais amenas. Quem não gosta da verdade, se choca. Mas, pelo menos ele não mente. Se eu pudesse decidir, eu diria para os filhos do presidente tirarem umas férias. Ter poder é muito difícil porque você é vidraça o tempo todo!”, comentou Suassuna.
Na conversa com Cacá Barbosa e Sâmara Gonçalves, Ney afirmou que se tornou político por oportunidade. Ele garantiu que nunca quis ter um mandato eletivo e estava na Escola Superior de Guerra depois de ter se graduado em Economia, Administração e Pedagogia quando recebeu um telefonema do saudoso Antônio Mariz convidando-o para ser candidato a deputado federal. “Eu disse que só queria se fosse senador. Ele levou a sério e eu acabei disputando e assumindo o Senado”.
Ney ainda foi ministro da Integração Nacional durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e atualmente é suplente de Veneziano Vital do Rêgo que disputará o Governo do Estado. Na hipótese de o emedebista vencer o pleito, terá quatro anos no Senado. “Naquela época, eu era xingado pela mídia nacional porque liberava muitas verbas para a Paraíba. Já fizeram muitas propostas para eu disputar a eleição este ano, mas eu não vou mais disputar nada. Se Veneziano vencer a eleição, eu cumprirei os quatro anos e terminarei com 85 anos. Eu tenho que aproveitar a vida”, disse.
João Azevêdo e Republicanos – Filiado aos Republicanos, Ney Suassuna atribui ao governador João Azevêdo (PSB) pela crise atual com seu partido. “A política depende da palavra dada. Uma quebra de acordo deixa todo mundo mal. E não se aceita que a política da Paraíba seja controlada por um deputado federal. E quando se protesta, ainda ouve-se uma frase de que pode-se berrar à vontade. Muita gente não gostou dessa frase. Eu não sou animal para berrar. O governador é quem está rompendo com os Republicanos porque o partido está vendo que a palavra dada não está sendo cumprida”. Ney, contudo, disse que somente o deputado federal Hugo Motta pode falar sobre o rumo da relação com o governador.
Ainda sobre João, Ney afirmou que não há nenhuma grande obra da atual gestão e a Paraíba está inserida no mapa da fome. “Há R$ 5 bilhões parados. Metade do dinheiro que veio para a pandemia está em caixa. Como não se termina o Rodoshopping do Cajá? em Campina Grande, mudou-se a fachada do Escritório de Representação do Governo. É muito pouco. Muitos prefeitos com quem eu falei dizem que receberam verbas, mas para usá-la seria preciso fazer uma concorrência, mas não há tempo para isso. As ordens de serviço são autorizadas para serem postas em prática quando? em janeiro?”, indagou.
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