Integrantes do comando da campanha de Bolsonaro à reeleição alertaram que ele vai ser criticado por estimular uma divisão na família. O presidente não ligou nem para o filho nem para a viúva de Marcelo.
A ligação foi articulada pelo presidente com o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ). A operação não era de conhecimento da equipe presidencial e do comitê de campanha. O parlamentar foi até Foz do Iguaçu depois de receber a informação de que dois irmãos de Marcelo Arruda, José e Luiz Arruda, são apoiadores de Bolsonaro.
Na ligação, o presidente também convidou os irmãos de Marcelo para participarem de uma entrevista em Brasília, nesta semana. Bolsonaro busca atenuar o desgaste em sua imagem causado pelo assassinato do petista. Ele também quer propagar que não apoia a violência.
“Foi uma jogada de alto risco, porque os irmãos, mesmo sendo bolsonaristas, podem não querer desrespeitar a memória do irmão assassinado”, disse um interlocutor do presidente.
A festa de aniversário de Marcelo, realizada num salão de Foz do Iguaçu, tinha como tema de decoração o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o boletim de ocorrência, o militante bolsonarista Jorge Guaranho, que é policial penal, se aproximou do local e gritou palavras de ordem, como: “Aqui é Bolsonaro”. Em determinado momento, atirou com um revólver. Marcelo, que também tinha uma arma, disparou de volta. Guaranho está internado em estado grave.
A conversa de Bolsonaro com os irmãos de Marcelo, por meio de chamada de vídeo, acabou sendo gravada e distribuída nas redes sociais bolsonaristas.
O presidente lamenta a morte do petista, mas acusa a esquerda de politizar o crime. Em seguida, convida os irmãos para participarem de entrevista em Brasília para “mostrar o que aconteceu”.
Só que, segundo a viúva de Marcelo Arruda, Pâmela Suellen Silva, os irmãos não podem dizer o que aconteceu no local, porque eles não estavam lá.
Da Redação
Com G1 Com UOL