A nova federação reunirá 109 deputados federais — formando a maior bancada da Câmara —, 14 senadores, quase 1,4 mil prefeitos e seis governadores. Com esses números, terá acesso à maior fatia do fundo eleitoral e do fundo partidário entre os 29 partidos registrados no TSE. Segundo dados de 2024, a União Progressista teria direito a cerca de R$ 953,8 milhões em fundo eleitoral e R$ 197,6 milhões em fundo partidário, superando o PL em ambas as rubricas.
Nos primeiros meses, a presidência da federação será compartilhada entre o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e Antonio de Rueda (União Brasil), sem hierarquia definida. A partir de dezembro, um dos dois será escolhido como presidente único. Até lá, os partidos vão se concentrar na elaboração do estatuto da aliança, que ainda precisa ser aprovado em convenções internas para que o registro seja homologado pelo TSE.
O evento de lançamento, realizado no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, contou com a presença de diversas lideranças políticas, incluindo os presidentes das duas Casas — Hugo Motta (Republicanos-PB), da Câmara, e Davi Alcolumbre (União-AP), do Senado. Também participaram lideranças da oposição, como o senador Rogério Marinho (PL-RN) e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.
Um dos destaques do evento foi o discurso do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que, mesmo diante da indefinição sobre a posição da federação em 2026, reafirmou sua pré-candidatura à Presidência. “Em 2026, vamos ganhar as eleições no país e vamos subir a rampa do Palácio do Planalto”, disse, sob aplausos.
Internamente, dirigentes das siglas reconhecem que a federação terá de decidir mais à frente se integrará formalmente a base do governo Lula (PT) ou seguirá em posição de independência — hoje, já ocupa cargos estratégicos na Esplanada. A definição sobre o apoio ou não a uma candidatura presidencial em 2026 também deve ser debatida nos próximos meses.
A aliança ainda é marcada por uma composição pragmática: de um lado, o PP comandado por Ciro Nogueira, figura-chave do bolsonarismo institucional; do outro, o União Brasil, sigla híbrida com quadros tanto de centro como de direita tradicional. A aliança tende a influenciar as definições no campo da oposição e pode forçar partidos como o PL a reavaliar estratégias, especialmente se a candidatura de Ronaldo Caiado for consolidada como o nome competitivo da nova federação.
No médio prazo, a eficácia da União Progressista dependerá da capacidade de seus líderes em harmonizar interesses regionais e evitar disputas internas, especialmente em estados onde as duas legendas concorrem entre si. A construção do estatuto e a definição de uma governança estável serão determinantes para o sucesso do arranjo.
Da Redação
Do Portal Umari
Com Parlamento PB
Com InfoMoney