Países europeus, sob a liderança da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), estão intensificando preparativos para um possível conflito global, motivados por ameaças da Rússia e da China.
Em declarações recentes, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, classificou a Rússia como a “ameaça mais significativa e direta” à segurança euro-atlântica e alertou para a rápida expansão militar de Moscou e Pequim.
Na última quarta-feira (3), em uma entrevista coletiva em Bruxelas ao lado do presidente da Estônia, Alar Karis, Rutte afirmou que a Rússia continua sendo a principal ameaça à segurança da região.
Ele defendeu que os países aliados ampliem os investimentos em defesa. “Devemos permanecer vigilantes, investir mais em defesa, expandir a produção industrial de defesa em ambos os lados do Atlântico e continuar a apoiar a Ucrânia”, disse.
Rutte também destacou a importância de uma reunião da “Coalizão dos Dispostos”, realizada na quinta-feira (4) em Paris, na França, para discutir garantias de segurança à Ucrânia.
Ele mencionou o interesse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em participar dessas negociações, ressaltando o envolvimento norte-americano. “Espero que tenhamos clareza sobre o que podemos entregar coletivamente”, afirmou.
O presidente da Estônia, Alar Karis, defendeu que a adesão da Ucrânia à Otan seria a “melhor garantia” para um futuro pacífico. Segundo ele, a entrada do país na aliança fortaleceria a Otan e tornaria a Europa mais segura.
Expansão militar preocupa o Ocidente
No último dia 27 de agosto, durante um evento na Alemanha, Rutte já havia alertado que Rússia e China estão expandindo suas capacidades militares em “alta velocidade e com pouca transparência”.
Ele afirmou que ambos os países se preparam para uma competição e um possível conflito de longo prazo com o Ocidente. “A indústria de defesa de Moscou e Pequim produz armas em ritmo incrível, não apenas para desfiles militares, mas para exercer influência e projetar poder sobre outros países”, declarou.
Rutte disse que os EUA e a União Europeia estão trabalhando juntos para responder a essa ameaça, promovendo uma “mudança de maré” na produção de defesa global. Ele também enfatizou a conexão crescente entre as regiões do Atlântico e do Indo-Pacífico, especialmente diante da possibilidade de ações coordenadas entre Rússia e China.
Riscos de um conflito global
Em uma entrevista publicada no início de julho pelo jornal The New York Times, Rutte expressou preocupação com a possibilidade de um conflito global – ou até mesmo uma Terceira Guerra Mundial.
Ele alertou para um cenário em que Rússia e China poderiam coordenar ataques simultâneos em diferentes regiões. “Se Xi Jinping atacasse Taiwan, ele ligaria para Vladimir Putin e diria: ‘Vou fazer isso e preciso que você os mantenha ocupados na Europa atacando o território da Otan’”, afirmou.
Para evitar esse cenário, Rutte defendeu duas estratégias: fortalecer a Otan para dissuadir qualquer ataque russo e intensificar a cooperação com parceiros no Indo-Pacífico, uma iniciativa apoiada pelo presidente Trump.
O secretário disse que a Rússia, com o apoio de China, Coreia do Norte e Irã, produz munição em uma escala que supera a capacidade anual da Otan, o que representa um “desafio geopolítico enorme”.
Com R7






