BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que sua equipe jurídica vai recorrer contra a decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, que rejeitou o pedido para suspender as inserções da campanha do petista Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro também determinou a abertura de uma investigação para apurar se a chapa presidencial à reeleição cometeu crime eleitoral.
Bolsonaro fez um rápido pronunciamento, sem abrir espaço para perguntas dos jornalistas, na noite desta quarta-feira, no Palácio da Alvorada. Ele afirmou que irá "às últimas consequências" para fazer valer a denúncia que sua equipe apresentou ao TSE anteontem. A campanha bolsonarista pediu que a Corte apurasse a conduta de emissoras de rádio do Norte e Nordeste que não teriam veiculado todas as inserções publicitárias a que o candidato do PL tinha direito.
— Da nossa parte iremos Às últimas consequências, dentro das quatro linhas da Constituição, para fazer valer aquilo que a nossa auditoria constatou. Realmente, um enorme desequilíbrio entre as inserções. Isso obviamente interfere na quantidade de votos no final da linha. Com toda certeza, o nosso jurídico deve entrar com recurso, já que foi para o STF. — adiantou Bolsonaro.
Ao rejeitar o pleito bolsonarista, Moraes argumentou que a campanha não apresentou provas para embasar as acusações. Afirmou ainda que a auditoria, mencionada pelo presidente, se utilizou de uma metodologia que compromete a credibilidade de seu trabalho. Além disso, rádios sobre as quais foram levantadas suspeitas informaram ao GLOBO que não veicularam parte das inserções porque a campanha do presidente não lhes enviou as peças publicitárias que deveriam ir ao ar.
O ministro determinou ainda que o caso possa ser incluído num outro inquérito, que tramita no STF. Trata-se da investigação a "milícias digitais". Ele também pediu que a Procuradoria-Geral Eleitoral e o corregedor-geral do TSE avaliem se devem tomar providências em relação à inciativa da campanha de Bolsoanro.
Durante a declaração à imprensa, Bolsonaro aproveitou para criticar Alexandre de Moraes, acusando-o de "matar no peito o processo" ao indeferir o pedido da campanha. O magistrado é alvo frequente dos ataques do mandatário da República.
Bolsonaro decidiu retornar a Brasília nesta quarta-feira após cumprir agenda em Minas Gerais. O candidato à reeleição seguiria direto ao Rio de Janeiro, onde tem eventos amanhã, mas mudou a rota por causa das suspeitas levantadas por sua campanha. Ao chegar no Alvorada, ele se reuniu com ministros e o seu jurídico para discutir o caso.
Entre os presentes estavam os ministros Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), Anderson Torres (Justiça e Segurança Pública), Célio Faria (Secretaria de Governo), Carlos França (Relações Exteriores), Augusto Heleno (GSI) e o comandante da Força Aérea Brasileira Carlos Almeida Batista Júnior.
Da Redação
Do Portal Umarí
Com Click PB