O cerco imposto pela ditadura da Venezuela à embaixada da Argentina em Caracas já dura mais de 30 horas e eleva a tensão entre os seis opositores asilados no local -entre os quais está o chefe de campanha de María Corina Machado, maior liderança da oposição ao regime de Maduro no país.
No sábado (7), o regime retirou de forma unilateral a custódia brasileira sobre a embaixada, estabelecida em agosto. Em resposta, o Itamaraty declarou que o edifício ainda está sob proteção diplomática brasileira, uma vez que regras do direito internacional estabelecem que cabe à Argentina, governada por Javier Milei, indicar um país substituto para representá-la em território venezuelano. “De acordo com o que estabelecem as Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e sobre Relações Consulares, o Brasil permanecerá com a custódia e a defesa dos interesses argentinos até que o governo argentino indique outro Estado aceitável para o governo venezuelano para exercer as referidas funções”, disse a pasta em nota.
Diante de tal contexto, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, Panamá e Costa Rica demonstraram repúdio ao ato praticado pelo regime. Os países pedem respeito às normas diplomáticas internacionais. “A República Argentina expressa seu reconhecimento à irmã República Federativa do Brasil pela representação dos interesses argentinos na Venezuela”, publicou o Ministério das Relações Exteriores argentino.
Já o governo chileno destacou que a decisão do governo venezuelano representa um “sério desrespeito ao estipulado na Convenção de Viena sobre relações diplomáticas, de 1961.”
Na mesma linha, o Ministério das Relações Exteriores do Uruguai afirmou que a decisão é um desrespeito aos próprios cidadãos venezuelanos asilados, “que neste momento estão sendo assediados e proibidos de sair do país”.
Também neste sábado, Edmundo González, rival de Maduro nas eleições de 28 de julho, deixou o país com destino à Espanha, onde obteve asilo político.