CPI: Hugo Mota promete fazer um trabalho sério e com isenção
Indicado pelo PMDB para presidir a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, o deputado federal Hugo Motta, afirmou que o Brasil espera que a CPI não morra. Ele prometeu fazer um trabalho sério, com isenção e autonomia. Também disse que não aceitará interferências. O futuro presidente da CPI disse estar preparado para o cargo, e promete atuar com total isenção e imparcialidade, deixando de lado as conveniências políticas e partidárias. “Existem fatos que levam esta comissão a investigar muito mais que a CPMI da Petrobras, que funcionou no ano passado. Tenho expectativa muito grande com as investigações dos fatos. Vamos atuar com isenção e imparcialidade”, disse Hugo Mota.
“Vamos fazer um trabalho sério, com isenção e autonomia. Não vamos aceitar pressão, nem do governo nem da oposição”, disse Motta. Segundo ele, a CPI vai investigar o que for necessário, e salientou que não se pode “embolar o meio de campo” e prejudicar as investigações. “Vamos acatar o que for melhor para as investigações. Não tenho problema com as pressões”, enfatizou o deputado paraibano.
O deputado Hugo Motta disse que defende que todas as pessoas envolvidas nas denúncias compareçam à CPI para prestar as informações necessárias às investigações. “O Brasil quer que essa CPI não erre”, argumentou.
Hugo Motta foi indicado ontem para o cargo pelo líder do PMDB, deputado Leonardo Picciani (RJ). “A escolha se deu pelo seu histórico e por presidir no mandato passado, com muita altivez e competência, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, o que o credencia para conduzir com muito vigor as investigações sobre os escândalos da Petrobras”, disse Picciani.
O líder disse que o PMDB escolheu ficar com a presidência da comissão porque é ela que dita o ritmo dos trabalhos, e “o PMDB tem pressa nessas investigações, na apuração dos fatos”. De acordo com Picciani, a eleição de Hugo Motta para o cargo será tranquila e por acordo, como é tradição na Câmara. Segundo ele, Motta irá conduzir com vigor as investigações da CPI sobre a corrupção nos contratos da Petrobras.
A CPI da Petrobras será instalada às 12h da próxima quinta-feira (26). Ela foi proposta principalmente por deputados de partidos de oposição para continuar as investigações sobre as denúncias de corrupção na Petrobras. A CPI tem como finalidade investigar a prática de atos ilícitos e irregulares no âmbito da Petrobras, relacionados ao superfaturamento e gestão temerária na construção de refinarias no Brasil, entre outras denúncias envolvendo a petrolífera.
Leonardo Picciani descartou a possibilidade de a CPI se transformar em pizza. Segundo ele, há muita cobrança da sociedade para que se faça as investigações e também há desejo do Parlamento de investigar e apurar as denúncias para que os culpados sejam punidos. Em relação à relatoria dos trabalhos, Leonardo Picciani disse que ela deverá ficar com um deputado do PT, partido que tem a maior bancada da Câmara. “A tendência é a relatoria ficar com o PT”.
Inicialmente, a presidência da CPI deveria ficar com o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), que disputou a liderança partidária com Picciani, mas o parlamentar baiano recusou a indicação para o cargo e o líder optou então por Hugo Motta, que está em seu segundo mandato parlamentar.
A criação de uma nova comissão foi autorizada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, no último dia 5. Esta será a primeira CPI da atual legislatura. No total, 182 deputados assinaram o requerimento de criação, incluindo 52 da base governista. Para a comissão ser viabilizada, são necessárias 171 assinaturas.
O prazo de funcionamento do colegiado é de 120 dias, prorrogável por mais 60. A CPI tem poderes de investigação equiparados aos das autoridades judiciais, como determinar diligências, ouvir indiciados, inquirir testemunhas, requisitar de órgãos e entidades da administração pública informações e documentos, tomar depoimentos de autoridades federais, estaduais e municipais, bem como requisitar os serviços policiais.
Em 2014, funcionaram duas CPIs sobre o tema, ambas integradas por uma maioria da base aliada. Uma delas, exclusiva do Senado, foi boicotada pela oposição. A outra, mista, chegou ao final com a aprovação de um relatório que deixou políticos suspeitos de fora.
Fonte: PB Agora





