A
ré confessa pela morte dos pais Suzane von Richthofen, 31, condenada a
39 anos de prisão, admitiu em entrevista que foi ao ar nesta
quarta-feira (25) ter planejado o crime por meses, junto com o então
namorado, Daniel Cravinhos, e o cunhado, Christian Cravinhos.
Suzane afirmou ainda terem sido ela e
Daniel os principais mentores dos assassinatos, ocorridos em 2002, em
São Paulo. As declarações foram dadas ao apresentador Gugu, que estreou
seu programa na Record.
Em entrevistas anteriores, Suzane havia
apontado os irmãos Cravinhos como idealizadores da morte dos seus pais,
embora o Ministério Público sempre tenha defendido que ela era a mentora
do crime.
Desta vez, Suzane disse estar
arrependida de ter conhecido o então namorado e o cunhado. “Se eu não
tivesse conhecido os Cravinhos, minha vida seria muito diferente. Mas
não culpo apenas eles; onde um não quer, dois não fazem.”
Ela também contou que dentro do sistema
prisional há pessoas que não toleram crime cometido contra os pais e
que, por isso, pediu para permanecer em regime fechado no presídio 1 de
Tremembé em vez de ser transferida para outro presídio onde poderia
cumprir regime semi-aberto, ao qual tem direito e abriu mão.
A Justiça acolheu o pedido da presa, que
pôde continuar trabalhando na oficina de confecções da Funap (Fundação
de Amparo ao Preso) e ter direito à progressão da pena. A unidade do
presídio de Tremembé deve ter uma ala de regime semi-aberto ainda em
2015.
Em setembro de 2014, Suzane casou-se com
Sandra Regina Gomes, condenada a 27 anos de prisão pelo sequestro e
morte de um adolescente em Mogi das Cruzes (SP). O relacionamento também
é apontado como motivo para o pedido de permanência no regime fechado.
Meses antes, no começo do ano passado,
Sandra havia se casado com Elize Matsunaga, 32, presa pela morte e
esquartejamento do marido e executivo da Yoki, Marcos Kitano Matsunaga,
crime que também teve grande repercussão na imprensa.
Perguntada se teria sido pivô da separação, Suzane disse que Sandrão, como a mulher é conhecida, deveria responder.
Considerada por outras presas e
funcionárias do presídio como ‘muito atraente’, Suzane conta que, há
cinco anos, um promotor de Justiça a chamou em seu escritório no
Ministério Público e fez declarações de amor a ela: “Ele disse que
conheceu uma menina com a qual sonhava; e na próxima vez, disse que eu
era esta menina”. Ela conta que o denunciou e que esteve em contato com o
promotor apenas para ser transferida ao presídio de Tremembé.
O promotor foi punido pelo Ministério Público por comportamento inadequado –ele nega o suposto assédio.
Família
Richthofen diz que não vê o irmão Andreas desde 2006, quando aconteceu seu julgamento. Segundo ela, ele visitava-a quando ainda estava presa em São Paulo, mas que as visitas, um dia, cessaram. “Eu sei que meu irmão sofreu muito, mas como ele passou estes anos, eu não sei. Se eu sofri aqui dentro [no presídio de Tremembé, onde está há sete anos], imagino ele lá fora. Quando ele diz o sobrenome, qualquer um reconhece, e ele terá que carregar isto pra sempre”.
Richthofen diz que não vê o irmão Andreas desde 2006, quando aconteceu seu julgamento. Segundo ela, ele visitava-a quando ainda estava presa em São Paulo, mas que as visitas, um dia, cessaram. “Eu sei que meu irmão sofreu muito, mas como ele passou estes anos, eu não sei. Se eu sofri aqui dentro [no presídio de Tremembé, onde está há sete anos], imagino ele lá fora. Quando ele diz o sobrenome, qualquer um reconhece, e ele terá que carregar isto pra sempre”.
De acordo com ela, Andreas não queria se
afastar da irmã após a confissão do crime: “Na época, ele me disse:
‘Su, eu perdi meu pai, minha mãe. Eu não quero perder minha irmã. Eu te
perdoo e vou ficar com você’”, disse ela ao apresentador. Ela acredita
que um dos motivos do afastamento pode ter sido a herança, da qual abriu
mão em 2014.
Na entrevista, ela afirmou não ter
consciência do valor do dinheiro do qual abriu mão: “Este dinheiro nunca
foi meu. Era dos meus pais e hoje pertence ao meu irmão”, disse. O
espólio é avaliado em mais de R$ 3 milhões.
Ainda sobre a família, Suzane diz sentir
falta da mãe. “Eu tenho certeza que ela me visitaria aqui, como tantas
outras mães fazem aos domingos”, contou a Gugu. Segundo ela, o diálogo
era aberto com Marísia von Richthofen, que seria uma pessoa carinhosa.
Ao “Programa Gugu”, a presa contou que
foi a própria mãe quem lhe apresentou Daniel. Na época, ele era
instrutor de aeromodelismo de Andreas. Ela disse, no entanto, que a mãe
não aprovava o relacionamento da filha. “Depois que ele começou a passar
mais tempo em casa, quando ficamos sérios, ela passou a conhecê-lo e
não gostava dele”.
Suzane conta que, na prisão, trabalha em
costura para uma empresa que fabrica uniformes para guardas e
presidiárias e ganha cerca de um salário mínimo: “Eu ganho 700 e poucos
reais”, afirma. Com este dinheiro, compra alimentos e cosméticos por
meio de um fundo dentro da cadeia. Ela ainda contou que pretende estudar
administração de empresas e montar uma empresa de tecelagem.
Fonte: Portal Midia.net





