Pelo menos oito pessoas morreram em um ataque realizado por pelo militantes nesta quarta-feira (18) no complexo do Parlamento da Tunísia, informou um porta-voz do Ministério do Interior local.
Dois militantes e um policial foram mortos em uma operação das forças de segurança três horas após o início da ação, anunciou o governo. Eles haviam feito reféns, que segundo a TV estatal foram libertados.
De acordo com da France Presse e a Associated Press, sete estrangeiros e um cidadão tunisiano foram mortos pelos criminosos. A Reuters informou que as oito vítimas são turistas.
Os militantes atacaram o complexo de edifícios do Parlamento, o qual inclui um museu, matando as oito pessoas, disse Mohamed Ali Aroui, porta-voz do Ministério do Interior. Segundo ele, os suspeitos estavam armados com kalashnikovs e vestidos como seguranças. A maior parte dos turistas no local foi retirada e unidades antiterrorismo entraram no museu.
Um tiroteio foi ouvido no edifício em torno das 12h locais, segundo a agência de notícias estatal TAP. As forças de segurança do ministério cercaram os dois militantes entrincheirados no interior do Museu Bardo, que faz parte do mesmo complexo.
Uma emissora de TV local publicou imagens que mostram reféns deixando o museu rodeados por forças de segurança.
O museu é uma das principais atrações turísticas de Tunis e apresenta uma das maiores coleções de mosaicos romanos do mundo.
Os militantes invadiram o local disfarçados. O trabalho em andamento no Parlamento foi suspenso e o local evacuado.
Jornalistas no local reportaram que entre os mortos estão dois britânicos, um francês, um italiano, um espanhol e um tunisiano. Duas vítimas ainda tinham nacionalidade desconhecida. As informações ainda não foram confirmadas pelas autoridades.
Ainda não está claro quem são os autores do ataque. As forças armadas da Tunísia lutam contra militantes islamitas que surgiram no país após as manifestações de 2011 contra o regime autocrata de Bem Ali.
Milhares de tunisianos também deixaram o país para lutar com grupos militantes na Síria, Iraque e Líbia, e o governo está preocupado com o retorno destes jihadistas e a realização de ataques em seu território.
Museu Bardo
O Museu do Bardo de Tunis abriga uma coleção excepcional de mosaicos.
O Museu do Bardo de Tunis abriga uma coleção excepcional de mosaicos.
A riqueza de suas coleções, que cobrem a Pré-História e as épocas fenícia, púnica, númida, romana, cristã e árabe-islâmica, é única.
O museu duplicou em 2012 sua superfície de exposição, atingindo 23.000 m2, e reorganizou sua apresentação.
Entre as obras-primas expostas, está "O triunfo de Netuno", de 13 metros por 8 metros, datada do século II, o maior mosaico vertical do mundo.
Outra obra-chave é a coleção de mosaicos intitulada "A alcova de Virgílio", que representa o poeta e autor de "Eneida" cercado de musas.
Instalado em um palácio da época do Império Otomano, o museu acolhe milhares de visitantes por ano, e registrou eu maior número em 2005, com 600.000 pessoas. Em 2011, ano da revolução, apenas 100.000 o visitaram.
O turismo, setor-chave da economia local, ficou muito afetado com a crise política e o surgimento do movimento jihadista depois da revolução de derrubou o presidente Zine El Abidin Ben Ali em janeiro de 2011.
Em 2014, a renda com o turismo registrou um leve crescimento. O número de turistas, no entanto, baixou 3,2%, caindo para 6,07 milhões, diante dos 6,27 milhões de 2013.
Fonte: G1






