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OMS estima que 92% da população vivem em áreas muito poluídas

Ela não é visível, mas seus efeitos estão claros. Responsável por uma a cada nove mortes no mundo, a poluição causa 36% das mortes por câncer de pulmão, 34% dos óbitos por derrame e está por trás de 27% dos ataques cardíacos fatais. E praticamente ninguém está livre dela. Um novo modelo de monitoramento da Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que 92% da população do planeta vivem em lugares onde a qualidade do ar não cumpre os requisitos estabelecidos pelo órgão das Nações Unidas.

A tecnologia que revelou o dado, divulgado ontem, utiliza dados colhidos por meio de satélites, sensores de monitoramento terrestres e estimativas de movimentação do ar. Desenvolvido pela OMS em colaboração com a Universidade de Bath, no Reino Unido, o modelo fornece informações sobre 3 mil localidades ao redor do mundo, tanto em áreas rurais quanto urbanas, apresentadas em um mapa interativo, disponível no site maps.who.int/airpollution/. “O novo modelo mostra os países que abrigam os pontos mais perigosos e fornece a base para que os resultados de combate à poluição sejam acompanhados”, afirma, em um comunicado, Flavia Bustreo, diretora-geral adjunta da OMS.

No mapa, é possível ver que as áreas em que o volume de partículas finas em suspensão é maior que os recomendados 25 microgramas por centímetro cúbico se concentram no centro e no norte da África, no Oriente Médio e no sul e no sudeste da Ásia, incluindo os dois países mais populosos do mundo, China e Índia, o que contribui fortemente para que a taxa de pessoas sujeitas ao ar de má qualidade alcance os 92%.

O Brasil tem, de maneira geral, um ar de qualidade razoável. A maior parte do país apresenta um volume de partículas finas entre 11 e 25 microgramas/cm³, ou seja, dentro de limites aceitáveis. Esse é o caso de Brasília. Grande parte do litoral do Nordeste se mostra com níveis muito bons, abaixo de 10 microgramas/cm³. Algumas cidades, como São Paulo, e boa parte de Mato Grosso, contudo, ficam entre 26 e 35 microgramas/cm³.

Vulneráveis A cada ano, 6 milhões de mortes podem ser relacionadas à exposição ao ar contaminado em ambientes externos ou internos. Desses óbitos, quase 90% acontecem em países de baixa ou média renda, sendo cerca de 2/3 no sudeste asiático e regiões do oeste do Pacífico.

Além de ligadas doenças cardiovasculares e câncer de pulmão, o problema tão favorece as infecções respiratórias. “A poluição do ar cobra um preço alto sobre a saúde das populações mais vulneráveis, especialmente mulheres, crianças e idosos”, acrescenta Bustreo. Para as pessoas serem saudáveis, elas devem respirar um ar limpo do começo ao fim da vida.”

As maiores fontes de poluição incluem modelos ineficientes de transporte, combustíveis domésticos (muitas famílias ainda dependem da queima de madeira ou carvão para cozinhar, por exemplo), incineração de lixo, usinas movidas a carvão e atividades industriais. No entanto, nem toda a contaminação do ar vem da ação humana. Tempestades de areia, principalmente em regiões próximas a desertos, aumentam o volume de partículas finas suspensas, afetando o sistema respiratório.

De acordo com os envolvidos no desenvolvimento da nova forma de cálculo da poluição do ar, os dados de satélite e de outras formas de medição foram cuidadosamente calibrados para que o problema seja mensurado a cada 10km². “Esse novo modelo é um grande passo para que tenhamos estimativas ainda mais confiáveis sobre o impacto da exposição à poluição do ar”, assegura Maria Neira, diretora do Departamento de Saúde Pública da OMS.

“Mais e mais cidades estão monitorando a poluição agora, os dados de satélite estão mais completos, e estamos ficando melhores em refinar as estimativas relacionadas ao bem-estar”, completa a especialista. Para ela, medidas para reduzir o problema são urgentes. Entre as soluções apontadas pela OMS para as cidades e países, estão a adoção de transporte sustentável, a gestão de resíduos sólidos, o acesso a combustíveis caseiros e fornos limpos, além do investimento em energias renováveis e redução das emissões industriais.

Da Redação
Com PB Agora
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