Dos 13.353 atendimentos realizados em 2017, 6.067 foram por conta de quedas da própria altura, os demais casos (622) foram por escadas, árvores, andaime, ônibus e caminhão. O setor de Estatística da unidade de saúde ainda constatou que a maioria dos pacientes é do sexo masculino, representando 51% das vítimas. Em relação a 2016, quando foram registradas 12 mil entradas, houve um aumento de 11% nos atendimentos de vítimas de quedas em 2017.
Para médica plantonista da UTI-Pediátrica, Lizandra Goelzer, as quedas são mais frequentes em crianças, porque elas não têm noção de gravidade e perigo. “Como a instituição é o centro de referência para estes casos, ela recebe pacientes de várias idades, mas o índice maior é em crianças em idade escolar e pré-escolar. Os acidentes mais comuns são quedas de bicicleta, afogamentos - quando tropeçam e caem na piscina -, além de objetos que caem por cima das crianças como armário e televisão, causando maior incidência de Traumatismo Craniano Encefálico (TCE) Grave”, frisou.
Lizandra Goelzer afirmou que a maioria das crianças atendidas na unidade por quedas é acometida por TCE leve. Ela lembrou que o tratamento para esses casos ainda é conservador, no qual o paciente deve ter repouso e ser submetido à observação neurológica e tratamento dos sintomas. Como foi o caso de Josiel Francisco da Silva Lima, 11 anos, que estava brincando na escola quando tropeçou, caiu e machucou a cabeça durante o recreio. Por conta disto, teve que ficar em observação por três dias na unidade de saúde. “Foi muito rápido, meu tênis estava desamarrado e bati a cabeça quando acordei já foi no hospital”, comentou.
A prevenção é a melhor forma de evitar acidentes. É o que atesta o coordenador da Ortopedia do Hospital de Trauma, Umberto Jansen, já que as quedas podem provocar desde um simples hematoma a uma fratura com lesão grave. “Sem dúvidas, crianças e idosos são os perfis que entram com mais frequência na unidade de saúde. Os acidentes geralmente acontecem na rua ou na residência.
Com relação aos idosos, a unidade hospitalar conta com um Protocolo do Idoso, que determina que o paciente (sempre observando as questões clínicas) deve ser operado no máximo em 72 horas, porque a demora pode acarretar outras doenças como pneumonia e escaras, podendo prolongar o tempo deles no hospital e os custos à saúde”, complementou.
Quem precisou utilizar o Protocolo do Idoso, foi a paciente Carmerina Francisca da Costa, de 95 anos, que fraturou o pé na escada, teve que fazer uma cirurgia de emergência e em três dias já estava em casa. “Senti muita dor, pensei que iria morrer, tropecei num dos degraus da escada e tive que vir para o hospital, mas graças a Deus estarei indo hoje para casa”, comemorou.
De acordo com Umberto Jansen, embora a pessoa possa cair em qualquer lugar, a maioria das quedas acontece em casa e, geralmente, ocorre quando a pessoa está executando atividades normais do cotidiano. Algumas dicas podem ajudar a pessoa a se prevenir:
- Uso de calçados com sola antiderrapante e firme;
- Evitar chinelos sem elástico na parte traseira;
- Colocar corrimão nas escadas e faixas antiderrapantes nos degraus de toda a casa
- Evitar prateleiras muito altas ou muito baixas
- Avaliação oftalmológica periódica
- Instalação de barras de apoio ao lado do vaso sanitário e do chuveiro
Da Redação
Com PB Agora