“Existe uma linha de princípio que há ética na política. Existem partidos e pessoas no Centrão que são pessoas boas. Não pode fazer essa generalização. Dentro de cada partido tem bons, que podem somar com projeto e diálogo republicano”, disse o pré-candidato.
Conhecido por seu discurso anticorrupção, Moro, ex-juiz da Operação Lava-Jato, que prendeu políticos e dirigentes de empreiteiras, não descarta alianças com a maioria dos partidos. Ele afirmou apenas que não negocia com Lula e Bolsonaro.
“Houve uma perspectiva de mudança e as pessoas se frustraram porque as expectativas não se confirmaram. Muita gente sente aquele espírito de desolação, de que está tudo perdido. Se o cidadão vai no supermercado e só tem dois produtos na prateleira, os dois produtos podem ser ruínas, mas ele vai ter que escolher um deles. Precisamos apresentar outros produtos, projetos que tenham credibilidade”, disse o ex-juiz.
O ex-ministro de Bolsonaro contou que está conversando com os governadores João Doria (PSDB) e Eduardo Leite (PSDB), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) e a senadora Simone Tebet (MDB).
“O foco agora é a construção de um programa de governo, não tem como construir a chapa sem antes do projeto”, disse sobre definir o perfil da chapa presidencial que pode liderar.
Moro também tem apostado em assuntos como informação, pobreza e o papel do Estado em um país extremamente desigual. O ex-juiz definiu a maioria das suas possibilidades de promoção como o “capitalismo cristão”, mas esclareceu que ainda é um trabalho em andamento. Entretanto, Moro afirmou que acredita no livre mercado, disse que a informação é um problema que precisa ser controlado com maior “credibilidade fiscal” e que empresas estatais ineficientes configuradas para serem privatizadas.
Sobre a Petrobras, o ex-ministro disse que precisa estudar melhor aa situação da empresa.
“A Petrobras tem acionistas privados, uma intervenção que vai gerar prejuízos aos interesses dos acionistas certamente vai levar a indenizações bilionárias. É preciso ter um estudo para analisar se cabe privatizá-la. Se sim, como seria esse modelo. Não são respostas absolutas.”
Apesar das críticas que sofre, Moro garantiu que está pronto para o mundo político e afirmado não ser nenhum “novato” na área.
“Eu não sou um novato. Tenho uma carreira que me precede em casos muito difíceis. Fui juiz da Lava-Jato, uma maior operação de investigação contra a corrupção da história do Brasil. Se isso não me dá credibilidade e couro grosso, não imagino o que me daria”, finalizou.
Créditos: O Globo