Os moradores do bairro São Bento, relatam escassez de atendimento médico. A unidade de saúde local está fechada, deixando a população sem acesso aos cuidados essenciais. Anatilde Alves, denuncia a falta de atendimento psiquiátrico, destacando a dificuldade de realizar exames de rotina devido ao fechamento da unidade. “Eu tenho depressão, tenho que ter atendimento psiquiátrico. Quando eu chego aqui não tem médico. Se não tem um posto médico para nos atender, vamos mostrar os exames a quem?”, questiona ela.
A orientação dada aos residentes do São Bento foi procurar a unidade do Baralho, uma opção distante e perigosa, especialmente para pessoas em condições delicadas. Graciele, grávida com diabetes gestacional, lamenta a impossibilidade de realizar exames de glicemia devido ao fechamento do posto de saúde em seu bairro. “O médico disse eu tenho que ir duas vezes na semana no posto de saúde e não realizando os exames porque o posto foi fechado, literalmente né? Então não tem como sair daqui do São Bento e ir até o Baralho”, reclamou.
A situação se agrava com a falta de estrutura da unidade do Baralho, que, segundo Rita Maria, não consegue atender nem mesmo a demanda local, quanto mais incluir os moradores do São Bento. “É um posto distante, muito pequeno, já não cabe o atendimento do próprio bairro e vai incluir a comunidade do São Bento, não tem como”, contou.
O Ministério Público, diante do colapso na saúde, convocou uma reunião com entidades representativas de profissionais da área, buscando esclarecimentos sobre a situação precária dos serviços. “Essa reunião tratou das péssimas condições de trabalho, dos atrasos dos salários, da falta de gestão com o controle da saúde do município”, ressaltou o presidente do Sindicato dos Médicos da Paraíba, Tarcísio Campos.
“O que a gente tem visto é a quantidade de recursos aplicados na saúde tem sido insuficiente para manter os equipamentos essenciais à vida, como respiradores, como usinas de oxigênio, ou até mesmo insumos básicos. E, além disso, a quantidade de recursos humanos continua insuficiente”, evidenciou Bruno Leandro de Souza, presidente do CRM-PB.
Na área da educação, a situação não é menos alarmante. Alunos da Escola Berenice Ribeiro Coutinho reclamam do encerramento das atividades escolares antes das 17h, devido péssima gestão.
Na Escola Senador Ruy Carneiro, a situação não é diferente. A costureira Marilúcia Gomes relata a falta constante de merenda, aulas interrompidas e condições precárias, incluindo a falta de água e luz. “As crianças precisam da sala de aula e precisam da merenda, porque nem todo dia a gente tem o que comer dentro de casa”, disse Marilene de Jesus, dona de casa.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Bayeux, Germana Vasconcelos, denuncia que os salários atrasados não se limitam à educação. “Todos os meses a prefeita Luciene Gomes, vem atrasando os salários dos trabalhadores, descumprindo uma decisão judicial que é o pagamento até o quinto dia útil. Todos os meses o caso se agrava cada vez mais. Até agora, a única categoria que pagaram o salário foi os agentes de saúde de endemias. Não tem como trabalhar sem salário”, denunciou.
A equipe da TV Cabo Branco buscou respostas na prefeitura, mas o prédio estava fechado, e a assessoria de imprensa não respondeu às mensagens nem ligações.
O descontentamento da população é evidente, e a prefeita Luciene Gomes é alvo de críticas. Anatilde Alves conclui: “Hoje eu me arrependo de ter perdido o meu voto”.
Um cenário de abandono que assola a cidade de Bayeux.
Da Redação
Do Portal Umari
Com Portal do Litoral com TV Cabo Branco