Na abertura do Fórum Empresarial do Brics, neste sábado (5), no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a parceria entre os setores público e privado como estratégia para impulsionar o desenvolvimento econômico das nações.
“Tenho a convicção de que cabe aos governos abrir portas e aos empresários fazer negócios”, afirmou no discurso inicial.
Lula também voltou a criticar o que chamou de “ressurgimento do protecionismo”. Segundo ele, cabe aos países emergentes defender o “regime multilateral de comércio” e trabalhar para “reformar a arquitetura financeira internacional”.
Durante o evento, o presidente confirmou sua presença na reunião da ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático), marcada para outubro, na Malásia, após convite do primeiro-ministro Anwar Bin Ibrahim.
“Quem quer vender, vai. Quem quer comprar, vai”, comentou, em referência à importância da aproximação comercial com o bloco asiático.
Lula ainda reforçou que o fortalecimento da cooperação entre os setores produtivos é um dos pilares fundamentais do Brics. Segundo ele, os empreendedores que participam do fórum compõem um eixo dinâmico da economia global.
“Temos muito a aprender com a sinergia permanente entre países em desenvolvimento”, declarou.
Por fim, o presidente utilizou seu tempo de fala para condenar os conflitos armados no mundo e reiterou que a busca pela paz deve ser uma responsabilidade dos chefes de Estado e de governo.
“É patente que o vácuo de liderança agrava as múltiplas crises enfrentadas por nossas sociedades […]. Não haverá prosperidade em um mundo conflagrado.”
Protagonismo internacional
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também participou da abertura e destacou o papel do Brics no cenário global:
“Em pouco mais de uma década, o Brics se transformou em um importante protagonista da geopolítica mundial.”
Ele também ressaltou o potencial do encontro para estreitar relações comerciais entre os países membros.
“Quero destacar aqui a importância deste encontro, com empresários e empresárias, e as oportunidades de investimentos recíprocos entre os nossos países, o fortalecimento do comércio exterior e o incentivo à inovação, para que possamos avançar ainda mais. Enfim, um trabalho muito profícuo, que tenho certeza de que está bem encaminhado.”
Além disso, Alckmin lembrou que o Brasil tem atuado em três frentes centrais da agenda internacional: segurança alimentar, segurança energética e segurança ambiental.
Indústria e cooperação
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Ricardo Alban, reforçou o papel do fórum como espaço de articulação e formulação de propostas para ampliar núcleos de comércio e investimento dentro do bloco.
“Neste momento desafiador, marcado por conflitos geopolíticos, emergências climáticas e inovações tecnológicas, o Brasil ocupa uma posição singular na diplomacia econômica e na governança global.”
Alban também defendeu a cooperação entre o setor privado e o poder público. “Acreditamos que a colaboração entre o poder público e a iniciativa privada é imprescindível para transformar ambições em ações, e compromissos em resultados. A indústria brasileira tem vocação para ocupar um papel estratégico nas cadeias de valor ampliadas do Brics, especialmente em áreas como transição energética, segurança alimentar, infraestrutura e tecnologias verdes.”