Segundo o relatório, “não foi possível comprovar de forma cabal a materialidade dos repasses ilícitos aos parlamentares supostamente beneficiados” e “não foram identificados registros contábeis, bancários ou documentais que demonstrem o trânsito financeiro […] não havendo elemento que permita vincular tais retiradas ao efetivo repasse aos parlamentares”.
Além disso, a PF destacou que a colaboração de Livânia Farias “não se mostrou corroborada por provas independentes suficientes para confirmar, de modo seguro, a materialidade e autoria dos supostos crimes de corrupção passiva imputados aos parlamentares”.
A conclusão do inquérito confirma, portanto, que não há prova autônoma, robusta e inequívoca capaz de afirmar que houve repasse de valores aos deputados estaduais nominados, impedindo qualquer indiciamento em relação a eles.
O impacto sobre Tião Gomes
Entre os parlamentares citados, um dos mais prejudicados foi o deputado estadual Tião Gomes (PSB). À época, ele chegou a ser duramente atacado pela imprensa e nas redes sociais, sendo “massacrado mediaticamente” em razão da citação feita na delação, sem provas que a confirmassem.
A repercussão negativa teve reflexos diretos na sua trajetória política: quando Tião Gomes era um dos nomes mais cotados para assumir o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), a citação infundada foi usada como principal argumento para inviabilizar sua indicação. Pressionado pelo cenário, o deputado acabou desistindo de disputar a vaga, o que representou um duro revés em sua carreira pública.
Com a divulgação do relatório final da Polícia Federal, fica claro que as acusações contra os deputados estaduais citados não se sustentaram, deixando exposta a gravidade dos prejuízos pessoais e políticos causados por uma denúncia que, agora se comprova, não teve qualquer base probatória.
Com Portal do Litoral






