O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (30) que vai fechar o acordo entre o Mercosul e a União Europeia “ainda neste ano, se Deus quiser” e sugeriu que a proposta fosse estendida para a América Latina. A informação é do portal R7, parceiro nacional do Portal Correio.
Se concluído, o tratado vai formar uma das maiores áreas de livre comércio do planeta, com quase 720 milhões de pessoas, 20% da economia global e 31% das exportações mundiais de bens.
“Quero falar para os empresários mexicanos que ainda neste ano, se Deus quiser, nós vamos fechar o acordo do Mercosul e União Europeia. Está pronto e o Brasil está pronto para assinar. Para ninguém nunca mais falar que a América do Sul, que a América Latina não quer. E esse acordo pode ser estendido para um acordo da União Europeia com a América Latina. O mundo está precisando disso, a economia tá um pouco atrofiada no mundo inteiro”, afirmou Lula durante reunião empresarial na Cidade do México.
No último dia 25, Lula havia dito que poderia assinar o acordo no mês de novembro, durante a cúpula do G20 – grupo que reúne as principais economias do mundo – no Rio de Janeiro, sob a presidência brasileira. Na ocasião, o presidente argumentou ainda que queria “trabalhar melhor” as políticas na América do Sul e na América Latina.
O presidente brasileiro se reuniu recentemente com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para tratar do assunto e disse que ia fazer com que os europeus não incluam, no acordo, a questão da implementação da lei europeia de antidesmatamento, prevista para entrar em vigor no mês de dezembro. “Passaram 30 anos dizendo que era o Brasil que não queria fazer o acordo. Nós decidimos, temos proposta, não inventem outro argumento para dizer que vão dificultar o acordo”, disse o presidente.
A lei europeia prevê a proibição da importação de produtos originários de áreas que foram desmatadas a partir de 2022, mesmo em regiões em que o desmatamento é legalizado. Em reação, o governo brasileiro, por meio do Ministério da Agricultura, enviou uma carta em que pede à União Europeia a suspensão da norma e a revisão da abordagem punitiva aos produtores que cumprem a legislação vigente.
Segundo a proposta, são alvos da lei setores como soja, carne, madeira, borracha, café, cacau e óleo de palma. Em vigor desde 2012, o Código Florestal Brasileiro é considerado uma das leis de proteção ambiental mais rigorosas do mundo.
Na retomada do governo Lula, o combate ao desmatamento foi estabelecido como uma das políticas prioritárias, assim como a adoção do programa de conversão de pastagens degradadas, que visa coibir o avanço da produção agropecuária sobre áreas ainda intactas.