Na
manhã desta quarta-feira (7) na cidade de Mari zona da mata paraibana, foi
realizada uma ação conjunta para execução de reintegração de posse.
Na operação, ocupantes de terrenos foram
despejados conforme determinação judicial.
A ação atingiu dezenas de famílias que estavam
ocupando os terrenos próximos à escola municipal José Honório Filho, onde inclusive,
já haviam construído suas casas.
Participaram
da ação o Tenente-Coronel Roberto (Gerenciador de crise que esteve à frente da
operação) com o auxílio do Major Josias.
No
policiamento estava o Major Edmilson, auxiliado pelo Comandante da 3ª Cia, o
Capitão Targino, o efetivo do Bope, Choque, Corpo de Bombeiros, Força Regional
e o efetivo da 3ª Cia. Também estava acompanhando a ação o Procurador Geral do
município de Mari o advogado Alfredo Juvino Neto.
O
repórter Carlos Alcides conversou com o Capitão Targino que trouxe informações
a respeito da ação. “Inicialmente, as
casas não serão derrubadas, pois ficará a cargo da prefeitura e do proprietário
do terreno particular.
Pelo que consta, essa invasão já dura
quatro meses, englobando de trinta a quarenta famílias, gerando em torno de cem
a cento e cinquenta pessoas.
Como são duas ações, sendo uma por parte
da prefeitura de Mari e outra por parte de um proprietário de um terreno ao
lado.
Então a justiça entendeu que, como são áreas
vizinhas, seria mais viável realizar a reintegração de posse em um único dia.”– disse o Capitão Targino.
O
portal Umari também conversou com duas representantes dos ocupantes dos
terrenos, as senhoras Fabiana e Maria Célia, onde foi afirmado que os ocupantes
dos terrenos foram orientados a ocuparem a área, pois apenas uma parte seria
utilizada pela prefeitura.
“O que
aconteceu é que a gente invadiu essa área devido ao prefeito ter desapropriado
e veio um tratorista limpar esse terreno e meu sogro foi lá e perguntou a ele
porque ele estaria limpando.
Ele informou que estava limpando porque
o prefeito tinha desapropriado e que iria ser um posto de saúde; e que a parte que
ele queria era de trinta por trinta e que o restante do terreno o pessoal
poderia invadir... foi o tratorista quem disse que a gente poderia invadir o
restante.
Não iremos sair daqui e deixaremos os
móveis na rua, pois não temos pra onde ir. Esperamos que o prefeito coloque
essas pessoas em uma casa.
Esperávamos que o prefeito viesse conversar
com a gente desde o início, mas não veio.
Assim que ocupamos, fomos na rádio e
pedimos pra falar com ele e ele não quis. Quando veio foi com tudo pronto já
pra derrubar, isso é uma briga entre ex e atual, e a gente fica no
fogo-cruzado.” – afirmou Fabiana ao
repórter Carlos Alcides.
“No exato momento em que teve a invasão,
enquanto o povo ficava de madrugada aí na calçada, ele não fez essa cena.
Porque depois que todo mundo gastou suas
economias é que ele praticou isso com as pessoas?
Já saiu gente desmaiada por conta disso
e eu mesmo já baixei na policlínica, pois tomo remédio controlado, isso aí é um
absurdo.
Tem gente que fez empréstimo pra construir
isso aí gente!
Tem gente com criancinhas de um ano e
crianças deficientes, eles não estão vendo esse quadro?
Eu esperava que o prefeito amolecesse o
coração e agisse de outra maneira, que aí tem gente realmente.” – disse a cidadã Maria Célia ao repórter Carlos
Alcides.
Até
o fechamento da matéria, as famílias permaneciam no meio da rua com todos os
seus móveis e pertences, sem qualquer destino e sem suporte da gestão municipal
no sentido de indicar um local, mesmo que provisório, para abrigar as famílias.
Atualização às 15:35hs:
No início da tarde desta quarta-feira (7), foi realizada a demolição das casas que haviam sido construídas nos terrenos de onde foram despejadas as famílias. No local, um clima de desespero e revolta tomou conta das famílias que, por decisão da justiça, foram despejados e tiveram que assistir suas pequenas casas serem postas à baixo.Atualização às 15:35hs:
Veja as fotos:
do Portal Umari
Com gravações em arquivo