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CG acende alerta com demissões na indústria e crise no comércio

Onda de demissões na indústria e queda do movimento no comércio assustam trabalhadores e lojistas, que se dividem entre medo e otimismo.
Segunda maior cidade da Paraíba, Campina Grande não começou bem a semana com as notícias de demissões em duas grandes empresas da cidade. O comércio também reclama de problemas com a queda do movimento e a diminuição do consumo.
A informação dá conta do fechamento de 400 postos de trabalho no setor de tecelagem (Coteminas) e demissões no setor da indústria de calçados (Alpargatas). O Sindicato dos Comerciários de Campina Grande (SECCG) também afirmou ao Portal Correio que o comércio enfrenta problemas de empregabilidade no município, o que já seria reflexo da crise na indústria.
Conforme o presidente do SECCG, José do Nascimento Coelho, somente na empresa Rio do Peixe foram demitidas, em 2018, mais de mil pessoas, mas quando o número se trata de demissões em toda a Paraíba, há uma quantidade maior. Segundo ele, as condições de pagamento pioraram cada vez mais, as empresas têm apresentado dificuldade financeira e o comércio está tenta recuperação. O maior exemplo citado por ele são as lojas de departamento, que estão demitindo e fechando lojas, como o Atacadão dos Eletros e a Ricardo Eletro.
Ele também apontou que o comércio costuma empregar somente quando há mais previsões de vendas, o que não é uma solução para o desemprego. “Essa formalidade do trabalhador intermitente invade nossa lei. Ela não é emprego, é uma formalidade do ‘bico’. Os períodos que geralmente os setores mais contratam dependem da demanda específica que os meses pedem. Por exemplo, em janeiro, que aumenta a demanda por material escolar, essas lojas contratam mais. Maio é um mês bom de vendas e contratação pelo Dia das Mães, mas a gente tem que pensar, que emprego é esse? Isso não é emprego, é bico.”
O presidente ainda afirmou que o desemprego é a nível nacional. “Isso tudo faz parte da crise nacional. O governo ainda não disse a que veio e não tem gerado emprego, nem o poder de compra, que tem caído assustadoramente. O desemprego tem aumentado. Demissões nas indústrias refletem em tudo, no comércio, no setor de transportes e em todos os setores,” concluiu.

Comerciantes reclamam da crise

Para Aparecido Pinheiro, que trabalha há mais de 20 anos no setor comercial de Campina Grande e há sete como proprietário de um comércio de assessórios femininos, as vendas na loja dele têm diminuído, ao ponto de ter que demitir funcionários, mesmo trabalhando em uma das ruas mais movimentadas no Centro de Campina Grande, a Marquês do Herval.
Em 2018 Aparecido Pinheiro teve que demitir dois dos três funcionários que tinha (Foto: Chico Martins/ Jornal CORREIO)
“Ano passado, tive que demitir duas pessoas, já cheguei a ter três funcionários, mas agora só tenho uma pessoa para ajudar. Pagamos impostos altíssimos, o aluguel no comércio de Campina Grande é muito alto. Só vejo colegas reclamando do comércio parado. Até as grandes empresas estão insustentáveis,” declarou o comerciante.
Já o comerciante Jailson de Souza, que há 13 anos trabalha com vendas no comércio e há três abriu o próprio negócio com assessórios de informática e tecnologia, no Shopping Edson Diniz, disse que o ano de 2019 começou parado, mas ele está otimista e acredita que isso se deu pela instabilidade financeira.
Comerciante Jailson de Souza acredita que situação do comércio pode melhorar no segundo semestre de 2019 (Foto: Chico Martins/Jornal CORREIO)
“Eu acho que o problema é em todo o país. Com o governo que temos, o pessoal que é do comércio tem dúvidas de como vai ser, mas acredito que vai dar tudo certo. Vejo muita gente reclamando que o comércio está muito parado. Eu acho que as pessoas reclamam muito, mas acho que as empresas não tem feito um diferencial, muitos empresários têm medo de investir. Espero que no segundo semestre as coisas melhorem.”

Comércio aposta no São João

Os lojistas da cidade aguardam pelo São João, que poderá incrementar a economia local. Assista abaixo.

Crise na indústria

A Coteminas, empresa que atua no ramo têxtil, anunciou o fechamento de 400 postos de trabalho no setor de tecelagem em Campina Grande. A informação foi repassada na segunda-feira (20).
A empresa alegou crise econômica como motivo para o encerramento das atividades, mas garantiu que vai ampliar o setor de fiação e remanejar alguns trabalhadores demitidos para outras unidades da empresa, em João Pessoa e Montes Claros, em Minas Gerais.
Moradores da cidade também espalharam em grupos de WhatsApp que a Alpargatas estaria emitindo cerca de 800 pessoas, mas a empresa negou e falou apenas em “ajustes pontuais na equipe”.
“A Alpargatas informa que não está correta a informação de que a empresa realizou o desligamento de 800 colaboradores na fábrica de Campina Grande (PB). A companhia realiza periodicamente ajustes pontuais em sua equipe, considerando fatores como desempenho e ajuste de produção. Presente na cidade desde 1985, a empresa gera 8 mil empregos diretos em Campina Grande e reforça o comprometimento com investimentos em capacitação, produtividade e ampliação de capacidade.”
Ao Portal Correio, o presidente do Sindicato das Indústrias de Campina Grande, Antônio Firmo, lamentou a crise na indústria local, mas colocou expectativa o Maior São João do Mundo. “É triste que pais de família fiquem sem emprego durante toda essa crise que estamos passando. Porém, nessa época, a produção e a geração de emprego aumenta, o que acaba sendo uma oportunidade para quem está buscando um trabalho”. 
Antônio Firmo também confirmou o posicionamento da Alpargatas e classificou como ‘fake news’ a demissão de 800 trabalhadores na empresa. Ele informou também que outro boato está sendo divulgado nas redes sociais, onde diz que a fábrica Tess teria demitido outros 150 funcionários.

“O setor industrial fica mais fraco e tem mais demissões no começo do ano, porque os pedidos diminuem. Em abril, as empresas tem um fôlego em relação aos pedidos, e isso gera empregos e oportunidades, tanto para os que têm experiência tanto para os que não tem”, finalizou.
Da Redação
Com Portal Correio
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