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Quem são os pastores cujos pedidos Bolsonaro teria mandado ministro da Educação priorizar

 


Em gravação divulgada pela ‘Folha de S.Paulo’, Milton Ribeiro disse que, em relação a repasse de verbas para municípios, presidente pediu para atender ‘amigos do pastor Gilmar’.

Em outubro de 2019, Bolsonaro e o ministro Luiz Eduardo Ramos receberam os pastores Gilmar Santos (à esquerda) e Arilton de Moura (à direita). (Foto: Carolina Antunes/PR)

A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira (22) o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. Ele é investigado por corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência por suposto envolvimento em um esquema para liberação de verbas do MEC.

A TV Globo apurou que os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura também são alvos da operação deflagrada pela PF nesta quarta. Eles são investigados por atuar informalmente junto a prefeitos para a liberação de recursos do Ministério da Educação.

Relembre o caso

Em áudio divulgado em março de 2022, Milton Ribeiro afirma que o presidente Jair Bolsonaro pediu a ele que os municípios indicados pelos dois pastores recebessem prioridade na liberação de recursos. Prefeitos disseram em depoimento que eles exigiram propina.

Os dois pastores supostamente favorecidos na distribuição de verbas do Ministério da Educação são personagens que mantêm vínculos com membros do governo.

Em gravação divulgada pelo jornal “Folha de S.Paulo”, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirma:

“Minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, conforme segundo disse, pedido do presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com a conversa, Bolsonaro teria feito um “pedido especial” para que municípios indicados pelos pastores fossem priorizados na distribuição de verbas do ministério.

Quem são os pastores envolvidos

O “pastor Gilmar” a quem Ribeiro se refere no áudio é Gilmar Silva dos Santos, 61 anos, nascido em São Luís (MA), que comanda o Ministério Cristo Para Todos, uma das várias ramificações dentro da Assembleia de Deus, em Goiânia (GO).

Segundo perfil escrito pelo próprio pastor em páginas nas quais oferece cursos de teologia, ele é formado em teologia, doutor em divindade e casado há 38 anos com a pastora Raimundinha.

O pastor já pregou na Ásia, na Europa, na África e na América do Norte, dirige o Instituto Teológico Cristo para Todos (ITCT) e preside a Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil (Conimadb).

O nome de Gilmar dos Santos aparece como sócio de cinco empresas na Receita Federal, entre as quais a Editora Cristo Para Todos. Em 2017, chegou a ter um programa em um canal de televisão de Goiás. Agora, investe na criação de um canal de televisão virtual para transmitir conteúdos do Ministério Cristo Para Todos.

Dois dos perfis dele nas redes sociais somam 200 mil seguidores. No último ano, o pastor compartilhou nos perfis publicações nas quais aparece em encontros com deputados e os ministros Milton Ribeiro e Ciro Nogueira.

Em setembro de 2021, Gilmar dos Santos promoveu culto em que “convocou a igreja” para clamar “em favor do presidente Jair Bolsonaro”. Em dezembro, prometeu a Ciro Nogueira que apoiaria a campanha de Bolsonaro à reeleição em 2022.

Bolsonaro e o vice Hamilton Mourão durante encontro com pastores, entre os quais Gilmar dos Santos (penúltimo, da esq. para a dir.) — Foto: Marcos Corrêa/PR

Arilton Moura Correia não é ativo nas redes sociais. Em um dos perfis, Moura aparece como residente no Pará. Segundo a Conimadb, ele preside o Conselho Político da entidade.

Em 30 de maio de 2018, foi nomeado para o cargo de secretário estadual extraordinário de Integração de Ações Comunitárias pelo então governador do Pará Simão Jatene (PSDB). Foi exonerado do cargo no dia 1º de novembro do mesmo ano.

O pastor também aparece em registros do Tribunal Regional do Pará (TRE-PA) como presidente estadual do antigo PHS, incorporado pelo atual Podemos.

Da Redação

Com  G1 — Brasília

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