Em disputa interna por espaço no governo, os partidos não querem “gastar” um nome das suas cotas com pessoas que são preferência direta do presidente.
Por enquanto, fala-se de Lula aumentar o número de ministérios para 35 pastas.
As negociações, no momento, estão assim:
- 12 a 15 para a federação PT-PCdoB-PV
- 10 para os outros partidos da aliança (PSB, PSOL-Rede, Solidariedade, Pros, Avante e Agir)
- 2 a 3 para o MDB
- 2 para o PSD
- 2 para o União Brasil
- 3 a 6 a serem negociados
Questão Tebet
Rival de Lula no primeiro turno, a senadora, que tem forte interlocução entre o agro e setores conservadores, mergulhou de cabeça na campanha petista no dia seguinte ao segundo turno.
Ela chegou a ser cotada para Agricultura e Educação, mas está a um passo de assumir o Desenvolvimento Social.
Já o MDB teria ao menos dois nomes e está dividido:
- Renan Calheiros (MDB-AL), líder no Senado, articula pelo filho, senador Renan Filho (MDB-AL), em Minas e Energia.
- Isnaldo Bulhões (MDB-AL), líder na Câmara, busca indicar Desenvolvimento Regional ou Cidades, em acordo com o governador Helder Barbalho (MDB-PA).
- Nenhum deles considera indicar Tebet.
- O presidente da sigla, deputado Baleia Rossi (MDB-SP), por sua vez, diz que Tebet entra na conta do MDB e que a situação está resolvida.
Ao UOL, parlamentares do MDB dizem que isso será resolvido rapidamente, mas que a decisão deverá ficar com as casas.
Apesar dos diálogos de Baleia com a presidente petista Gleisi Hoffmann, Renan tem mais força junto a Lula.
Entre os aliados, segue dado que ela será ministra, só se especula como.
Uma saída, dizem, seria indicá-la ao Ministério do Meio Ambiente, atribuída atualmente a Marina Silva (Rede-SP), o que poderia criar mais um problema para a base lulista.
Questão Fávaro
O mesmo imbróglio envolve o senador Carlos Fávaro (PSD-MT), indicado para o Ministério da Agricultura.
Um dos primeiros nomes do agro a apoiar Lula, teve grande força entre empresários do Centro-Oeste, reduto bolsonarista onde Lula teve o pior desempenho.
Na mesma complicação, seu nome não é preferido pelo PSD, se for para escolher apenas dois:
- O senador derrotado Alexandre Vieira (PSD-MG) seria a escolha do presidente Gilberto Kassab para compor um ministério mais robusto, como Infraestrutura ou Cidades.
- O deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) é o nome do prefeito carioca Eduardo Paes (PSD) para assumir o Turismo.
- Os senadores Otto Alencar (PSD-BA) e Omar Aziz (PSD-AM) também têm influência e devem opinar.
Uma saída dependeria de Lula desmembrar a Infraestrutura e criar Transportes, uma pasta menor. Kassab e o PSD “cobrariam” um ministério a mais e tentariam alocar os três.