A aproximação entre Veneziano e Efraim deu-se no segundo turno das eleições de 2022 na Paraíba, quando ambos juntaram-se para eleger Pedro Cunha Lima e derrotar João Azevêdo, o que não ocorreu. No primeiro turno, Veneziano encabeçou chapa fornecendo duas vagas ao PT – a de vice-governador, preenchida por Maísa Cartaxo, mulher do deputado estadual Luciano Cartaxo, e a de senador, oferecida ao ex-governador Ricardo Coutinho, mas a aliança com o petismo e o apoio explícito manifestado por Lula não foram suficientes para ejetá-lo, sequer, ao segundo turno, vendo-se o emedebista na contingência de apoiar Pedro, que acolheu bolsonaristas em seu palanque mas manteve equidistância da disputa presidencial, alegando não ter afinidades nem com o governo do atual presidente nem com a corrente do ex-mandatário. Aquele foi um cenário atípico que, conforme se previa nos bastidores, dificilmente se repetiria em 2026. Efraim Filho tentou viabilizar o projeto de candidatura ao governo no pleito vindouro dentro do agrupamento formado por Pedro Cunha Lima e Veneziano Vital do Rêgo, mas enfrentou reticências de Pedro, que passou a afirmar ter descoberto estar vocacionado para o Executivo, descartando quaisquer outros cargos eletivos na disputa política – inclusive o de vice-governador, que fica na ante-sala do poder. Apesar das reticências, Cunha Lima preconizava a unidade das oposições para quebrar a hegemonia de quase duas décadas dos socialistas no Executivo paraibano e, mesmo colocando seu nome à disposição, deixava entrever que não faria disso um cavalo de batalha nem seria postulante a qualquer custo. Efraim decidiu, então, tomar as rédeas do processo no segmento oposicionista, não só se credenciando pela atuação parlamentar em Brasília como pela assistência às bases no Estado, inclusive, participando ativamente das eleições municipais de prefeito em 2024.
A candidatura do senador do União Brasil a governador foi se tornando quase natural e irreversível no agrupamento oposicionista, mesmo com pretensões idênticas agitadas quer por Pedro Cunha Lima, quer pelo deputado federal Romero Rodrigues, do Podemos, que Pedro substituiu na campanha de 2022. Nesse meio termo o PSDB definhou nacionalmente e o grupo Cunha Lima na Paraíba migrou para o PSD que era ocupado pela senadora Daniella Ribeiro. Esse movimento, conquanto ofertasse autonomia ao “clã” liderado por Pedro, não lhe assegurava a primazia da candidatura a governador no segmento porque, a esta altura, os passos de Efraim já estavam avançados. O senador do União Brasil passou a fazer costuras em outras frentes e foi assim que se aproximou do PL, a quem convenceu da tese de ser o melhor nome para a batalha à vista. Estão agora, Veneziano e Pedro, empenhados na própria sobrevivência, mas não fecharam as portas para diálogo com Efraim, que vai se impondo no terreno oposicionista local com as bênçãos do bolsonarismo ortodoxo. De concreto, os aliados de Efraim na política paraibana ficaram em “saia justa” diante do posicionamento isolado que ele adotou para a corrida presidencial.
Com Polêmica Paraíba






