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Hospital afasta médica defensora da cloroquina após declaração sobre nazismo

O Hospital Israelita Albert Einstein informou neste sábado (11) que afastou a oncologista e imunologista Nise Yamaguchi do corpo clínico médico da entidade para averiguar uma suposta “manifestação insólita” cometida por ela durante uma entrevista à TV Brasil, do governo federal.
Na entrevista, a médica comparou que o medo provocado pela pandemia do coronavírus no Brasil à postura das vítimas do holocausto nazista.
“O medo é prejudicial para tudo. Primeiro ele te paralisa. Te deixa massa de manobra. Qualquer pessoa. Você acha que alguns poucos militares nazistas conseguiriam controlar aquela massa de rebanho de judeus famintos, se não os submetessem diariamente à humilhações, humilhações, humilhações…Tirando deles todas as iniciativas?! Quando você tem medo, você fica submisso a situações terríveis”, disse Yamaguchi na Tv Brasil (veja vídeo acima).
O hospital Albert Einstein considerou a analogia feita pela médica “infeliz e infundada” e afirmou que, “por tratar-se de um hospital israelita, optou por afastar a médica” das funções até a que a manifestação dela fosse analisada internamente.
“Como se trata de manifestação insólita, o hospital houve por bem averiguar se houve mero despropósito destituído de intuito ofensivo ou manifestação de desapreço motivada por algum conflito.(…)A expectativa do hospital é a de que o incidente tenha a melhor e mais célere resolução, de modo a arredar dúvidas e remover desconfortos”, disse o Albert Einstein por meio de nota.
Nise Yamaguchi é defensora do uso da hidroxicloroquina no tratamento para a Covid-19 e chegou a ser cotada para o cargo de ministra da Saúde, após o pedido de demissão de Nelson Teich.
O afastamento do hospital onde ela trabalha veio à público depois que a médica declarou ao jornalista Roberto Cabrini, do SBT, que foi afastada do cargo justamente por defender o uso da hidroxicloroquina.
“Eu recebi uma ligação do diretor clínico do hospital me informando que, a partir deste momento, eu não poderia estar exercendo as minhas funções no hospital, não poderia estar prescrevendo e nem atendendo meus pacientes que já estão internados. (…) Eles acreditam que a minha fala, sempre em prol da hidroxicloroquina, que eles consideram que não tenha fundo científico, denigre o hospital”, afirmou a médica ao jornalista Roberto Cabrini.
O Albert Einstein negou que o afastamento da médica tenha relação com a defesa dela ao uso do medicamento e afirmou que não esperava que o assunto viesse à público.
“Durante essa averiguação, que deve ser breve, o hospital não esperava que o fato viesse a público. (…) O hospital respeita a autonomia inerente ao exercício profissional de todos os médicos, jamais permitindo restrições ou imposições que possam impedir a sua liberdade ou possam prejudicar a eficiência e a correção de seu trabalho. A Dra. Nise Yamagushi faz parte do corpo clínico do Hospital, sendo admissível que perfilhe entendimento próprio com relação ao atendimento de seus pacientes ou à sua postura em face da pandemia ora combatida, desde que observe as regras relacionadas ao uso da sua condição de integrante do Corpo Clínico em sua comunicação”, disse o Einstein.
O G1 procurou Nise Yamaguchi para entender a posição dela em relação a nota emitida pelo hospital, mas ela não havia respondido até a publicação desta reportagem.
Íntegra da nota do hospital Albert Einstein:
“Com relação a declarações prestadas pela Dra. Nise Yamagushi, o Hospital Israelita Albert Einstein tem a esclarecer o seguinte:
1. O hospital respeita a autonomia inerente ao exercício profissional de todos os médicos, jamais permitindo restrições ou imposições que possam impedir a sua liberdade ou possam prejudicar a eficiência e a correção de seu trabalho.
2. A Dra. Nise Yamagushi faz parte do corpo clínico do Hospital, sendo admissível que perfilhe entendimento próprio com relação ao atendimento de seus pacientes ou à sua postura em face da pandemia ora combatida, desde que observe as regras relacionadas ao uso da sua condição de integrante do Corpo Clínico em sua comunicação.
3. Trata-se, contudo, de hospital israelita e a Dra. Nise Yamagushi, em entrevista recente, estabeleceu analogia infeliz e infundada entre o pânico provocado pela pandemia e a postura de vítimas do holocausto ao declarar que “você acha que alguns poucos militares nazistas conseguiriam controlar aquela MASSA DE REBANHO de judeus famintos se não os submetessem diariamente a humilhações, humilhações, humilhações…”.
4. Como se trata de manifestação insólita, o hospital houve por bem averiguar se houve mero despropósito destituído de intuito ofensivo ou manifestação de desapreço motivada por algum conflito. Durante essa averiguação, que deve ser breve, o hospital não esperava que o fato viesse a público.
A expectativa do hospital é a de que o incidente tenha a melhor e mais célere resolução, de modo a arredar dúvidas e remover desconfortos”.
Da Redação
Com G1
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